Brasil em pandemia: por que não conseguimos prevenir doenças psíquicas?

A desassistência pública em saúde mental

Atravessamos um dos maiores desafios vivenciados pela nossa geração. 

A herança disso: um trauma psíquico que é resultado de doenças mentais provenientes  do desgaste da sociedade como um todo, inclusive pela crise econômica. 

Talvez você não tenha sofrido isso na pele, mas a pandemia se soma a um cenário de desassistência pública em saúde mental.

Bem-estar brasileiro

Segundo pesquisa do instituto Ipsos, encomendada pelo Fórum Econômico Mundial e cedida à BBC News Brasil, 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou um pouco ou muito no último ano. Essa porcentagem só é maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%).

Depressão

Transtorno mental comum, que atinge cerca de 10% da população mundial. Diferentemente do sentimento passageiro de tristeza, a depressão é diagnosticada quando o paciente permanece com ao menos dois dos seguintes sintomas por mais de duas semanas:

  • Apatia;
  • Falta de energia;
  • Problemas de autoestima;
  • Sentimento de culpa;
  • Problemas de atenção e concentração;
  • Perda de libido;
  • Irritabilidade e ansiedade;
  • Pensamentos de morte ou suicídio;
  • Alterações no sono (insônia ou sonolência excessiva);
  • Alterações para mais ou para menos no apetite.

Transtorno de ansiedade

A ansiedade, por si, é um sentimento natural humano e útil para que consigamos agir em momentos de apuros. No entanto, quando seus sintomas tornam-se recorrentes a ponto de atrapalhar a vida cotidiana, trabalho e relacionamentos, com uma sensação de paralisia, é necessário ficar atento e procurar ajuda. 

  • Estado constante de preocupação;
  • Impossibilidade de relaxar ou aproveitar um tempo de descanso;
  • Dificuldade de concentração;
  • Intolerância para incertezas;
  • Sentimentos constantes de tensão ou apreensão;
  • Sensação de opressão, por isso evita certas atividades e situações;
  • Pensamentos incômodos e constantes;
  • Tensão muscular;
  • Taquicardia;
  • Dificuldades para respirar;
  • Calafrios ou ondas de calor;

Síndrome do Pânico

É causada pela recorrência de crises de pânico gatilhadas por situações específicas, que variam de pessoa para pessoa. Muitas vezes, essas crises podem surgir sem causa aparente. Uma crise de pânico geralmente vem acompanhada dos seguintes sintomas:

  • Náuseas;
  • Suor excessivo;
  • Taquicardia;
  • Desespero incontrolável;
  • Sensação de morte iminente.

Não é difícil que um ataque de pânico seja confundido com um infarto justamente pelos seus sintomas físicos.

Estresse pós-traumático

O estresse pós-traumático, juntamente com a ansiedade, é um dos transtornos mentais comuns que mais podem ocorrer durante a pandemia do COVID-19. Esse transtorno é bem comum após guerras e pandemias.

  • Evitar pensamentos, sentimentos ou memórias associadas ao evento;
  • Convicções ou expectativas negativas persistentes e exageradas ou consequências do trauma;
  • Sensação de distanciamento e estranhamento em relação às pessoas;
  • Irritabilidade ou impaciência exacerbadas;
  • Hipervigilância;
  • Dificuldade de dormir;

Pós-covid

Uma em cada três pessoas que foram infectadas com o novo coronavírus desenvolveu problemas neurológicos ou mentais, como ansiedade e depressão, em até seis meses após a cura, revelou o maior estudo já realizado sobre sequelas mentais causadas pela covid-19, realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford. 

Os pesquisadores afirmam que os resultados são preocupantes. “Embora os riscos individuais para a maioria desses distúrbios sejam baixos, o efeito na população pode ser substancial e sentido nos sistemas de saúde e social”, afirmou Paul Harrison, professor de psiquiatria na Universidade de Oxford. 

Muitos ainda acreditam que os cuidados com a saúde mental podem esperar. 

No entanto, ignorar isso agora significa atravessar com mais dificuldade a pandemia e sofrer implicações no curto, no médio e no longo prazo. 

Investir na prevenção e no diagnóstico precoce de doenças mentais é a melhor estratégia. O sistema ambulatorial compartilhado de atendimento, por exemplo, é uma alternativa rápida e barata a fim de garantir à população a assistência necessária — uma mesa e cadeiras são suficientes para que psiquiatra e psicólogo possam atuar.

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