No vôlei feminino, Tandara testa positivo em exame antidoping e está fora das Olimpíadas

A jogadora de vôlei da seleção brasileira Tandara Caixeta está provisoriamente suspensa dos Jogos após apresentar resultado analítico adverso para uma substância proibida em exame antidoping do dia 7 de julho, realizado em Saquarema (RJ), antes de embarcar para as Olimpíadas de Tóquio.

A Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) confirmou a presença de ostarina no exame da atleta, proibida em competição e fora de competição. A substância modula o metabolismo e pode ajudar no ganho de massa muscular, pertencente a uma classe de anabolizantes. Tandara ficou de fora da semifinal contra Coreia do Sul que aconteceu hoje pela manhã, e já embarcou de volta para o Brasil.

O técnico da equipe José Roberto Guimarães disse estar surpreso com a notícia, e contou que a jogadora garantiu não ter consumido nada proibido.

“Foi uma situação muito difícil, até porque foi tudo muito rápido. Quando soube da noticia tinha preocupação com ela e com o grupo. Como o grupo ia absorver isso. Conversei com ela, cabe a ela fazer a defesa. Garantiu que não consumiu absolutamente nada, e acredito nisso. E depois o encontro com o grupo na hora de falar. Todo mundo ficou de boca aberta, sem chão”, afirma Zé Roberto.

Adriana Behar, atual CEO da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), participou do programa ‘Encontro com Fátima Bernardes’ e explicou os trâmites do processo de Tandara:

“Como a notificação chegou praticamente a 24h de uma partida tão importante como hoje, foi praticamente impossível que a defesa fosse feita a tempo da atleta participar da reta final dos Jogos Olímpicos. Mas por ter direito a defesa é uma suspensão provisória. Só pode ser validada ou não em até sete dias, caso a atleta entre com o processo de defesa”.

O especialista em Endocrinologia e Metabologia e colunista da página Eu Atleta, Guilherme Renke, explicou os efeitos da ostarina no organismo:

“Ela tem ação anabolizante, aumenta a massa muscular, a força e a performance. É da classe dos SARMS, sigla para moduladores específicos de receptores androgênicos (selective androgen receptor modulators). E é doping. Vem sendo muito usada no fisiculturismo e em outros esportes, especialmente de endurance, de ciclismo, corrida, que são catabólicos. No vôlei, ajuda na potência, na amplitude do salto, aumenta a força, deixa o tempo de reação mais rápido, aumenta amplitude do saque e do passe. E a pessoa se cansa menos”, conta Guilherme.

Tandara ainda não se manifestou sobre o caso, mas afirmou nas redes sociais que está trabalhando em sua defesa e só irá se manifestar após a conclusão do caso.

Nota completa da ABCD

Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) esclarece que o processo de controle de dopagem do caso da atleta da seleção brasileira feminina de vôlei, Tandara Caixeta, seguiu todos os padrões internacionais estabelecidos pela Agência Mundial Antidopagem (AMA-WADA).

Informamos que a coleta do material biológico da atleta foi realizada fora de competição, em 7 de julho de 2021, no Centro de Treinamento de vôlei de quadra da seleção, em Saquarema/RJ, mesmo momento em que todas as demais atletas da equipe também forneceram o material.

Ao receber, no dia 5 de agosto de 2021, o resultado do Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem (LBCD), único credenciado pela WADA na América Latina, foi constatada a presença da substância Ostarina, que pelo Código Brasileiro Antidopagem implica na aplicação obrigatória de uma suspensão provisória da atleta.

A Ostarina é uma substância não especificada, proibida em competição e fora de competição. Pertence a classe: S1.2 Agentes Anabolizantes – Outros Agentes Anabolizantes – SARMS da Lista de substâncias e métodos proibidos da AMA-WADA.

A ABCD seguirá os trâmites processuais do caso em sigilo para proteger os direitos da atleta.

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