Com mais liberdade, Fernanda Gentil trilha o próprio caminho e assume as rédeas do jogo, “Me sinto de novo desafiada e animada”

Por Ester Jacopetti
Imagens: Glin+ Mira

Fernanda Gentil, 34 anos, jornalista e apresentadora, deixou sua marca permanente no jornalismo esportivo e vem construindo, aos poucos, uma nova trajetória, assumindo riscos, mas também os desafios de apresentar o programa Se Joga, na TV Globo. Em entrevista exclusiva à TUDO, Fernanda mostra-se uma mulher consciente, que sabe ouvir as críticas quando elas fazem sentido, e as aproveita, quando necessário. Ficou claro desde o início da entrevista, que ela tem o controle do que ela quer e não quer. Decidida, se posiciona sobre feminismo, pandemia, preconceito, crítica, inspiração e olimpíadas. O resultado desta entrevista, você confere agora.

Você foi uma das poucas mulheres que construiu uma trajetória no jornalismo esportivo e ganhou destaque pela espontaneidade. O esporte é sua paixão desde a infância e, hoje, você segue no entretenimento. Como essa escolha aconteceu na sua vida e por quê?
Me despedir do esporte foi especial e dolorido. Mas a vida é feita de ciclos e a gente precisa fechar um para abrir o outro. Guardo o ciclo de 13 anos no esporte em um lugar só pra ele, onde nenhuma outra experiência da minha vida vai entrar. Mas não me arrependendo, foi em um timming perfeito, uma decisão que foi amadurecendo em mim ao poucos e cada vez de maneira mais clara. Era mesmo hora de partir para novos desafios. Encerrar esse ciclo foi dolorido, mas importante.

O Brasil se revelou um país extremamente machista, preconceituoso, homofóbico. Como você acredita ser possível combater esse tipo de crime?
Você falou bem: “O Brasil se revelou”. Ele, infelizmente, sempre foi, mas parece que ligaram os holofotes com o discurso do ódio. Acho que o caminho para combater tudo isso é esse mesmo que vejo muita gente trilhando; o de muita batalha, afirmação, conversa, força e coragem. O lado bom da força precisa estar ciente da sua importância nisso tudo pra defender sua posição incansavelmente. Não podemos esquecer que o holofote é sim luz, espaço e vida, mas também atrai moscas. Que a gente tenha inteligência e superioridade para espantá-las com ferramentas bem diferentes das que elas usam para nos incomodar.

Muitas mulheres têm você como fonte de inspiração, por ter feito parte de um grupo onde majoritariamente é comandado por homens e, hoje, ocupar o lugar que você quer, sem deixar que te rotulem. Mas, para chegar até aqui, quais foram os espinhos que você precisou enfrentar?
A caminhada é longa, esburacada e cheia de curvas, sim. Abri mão de muita coisa que eu queria ter vivido por algo que eu nem sabia se conseguiria viver. Mas, normalmente, quanto mais desafiador é, mais a gente quer fazer dar certo, né? Então, cada momento em família que eu perdi, cada não que tomei, cada desconfiança por ser mulher que eu senti, cada boato de que eu só cheguei lá porque me envolvi com algum chefe, só serviram para me garantir uma coisa: siga em frente porque vai valer a pena. E valeu demais! E tem valido muito!

Como você lida com as expectativas alheias, especialmente de pessoas que não te conhecem, mas acham que podem te julgar?
Sempre falei que não quero e nem vou ser exemplo. Não esperem isso de mim. Adoro poder inspirar, ajudar, ser referência de alguma coisa. Mas exemplo, não. Esse é um lugar traiçoeiro e inalcançável pra mim, porque anda lado a lado com a perfeição, coisa da qual eu passo longe. Tenho minhas dores e delícias, meus erros e acertos, pontos fortes e fracos, e quero poder ser livre para falar deles e dividi-los com quem me conhece ou não, na hora que eu bem entender.

Pra complementar a pergunta acima, você diria que a fama é um saco?
Jamais! Seria uma hipocrisia total! A fama é uma consequência do meu trabalho e, como tudo na vida, tem seu lado positivo e negativo. O positivo anda lado a lado com a influência que ela te dá. E o negativo com a exposição que ela te traz. Minha missão como “pessoa pública” é doar cada vez mais a minha influência a quem precisa, e me importar cada vez menos com a exposição.

Fernanda, o programa Se Joga acabou de estrear, mas recebeu algumas críticas negativas da mídia especializada. Como você analisa essas notícias? É possível aprender com as críticas ou você não concorda em nada do que foi dito? Foram críticas construtivas ou não?
As críticas à primeira versão do programa foram ouvidas e analisadas por nós com muito cuidado e atenção. A gente sabia que a parada era duríssima: entrar na faixa horária de um programa que tinha 30 anos de vida. Em que a concorrência chegava junto na audiência e, muitas vezes, ganhava. Não respeitar isso seria ignorância. Mas o tempo em que o programa ficou fora do ar serviu pra gente aprender as lições – menos games, alguns tons abaixo, linguagem mais calma, falada e conversada são algumas delas. E acho que aprendemos, né? Rs! A audiência, os comentários e as notícias que saíram depois da estreia, graças a Deus, mostram que estamos num caminho muito legal. Muitas críticas foram construtivas sim, por exemplo a comparação com Vídeo Show, pra mim é uma honra! Eu sou, inclusive, uma das órfãs do “Vídeo Show”. Se ficarmos metade do tempo que ele ficou no ar estou mais do que feliz. Leio tudo com muita humildade e vontade de melhorar pra agradar o público, e acho que estamos conseguindo.

Encarando um novo desafio na televisão, mesmo em meio à pandemia, quando se sentiu mais orgulhosa de você profissionalmente e pessoalmente?
Olha, eu já tinha uma relação legal com o povo lá de cima, sabe? Mas desde que tudo isso começou, há mais de um ano, a gente só tem estreitado os laços. Eu que sempre agradeci por tudo; pelo trabalho, pela minha vida e a de quem eu amo, pela nossa saúde, pela comida na mesa, pela casa onde moro, ultimamente tenho gastado horas e horas nesse processo de colocar em prática a minha fé. Saber que somos privilegiados é só o primeiro passo, mas e aí? O que fazer com esse privilégio? A pandemia já respondeu: ajudar com dinheiro, com tempo, com olhar, com divulgação, com post, com qualquer coisa. Eu sou muito sortuda sim por estar trabalhando em plena pandemia, mas sou mais ainda por estar respirando no meio dela.

Além do programa, você está envolvida com outros projetos que serão viabilizados este ano ou precisou suspender por causa da pandemia?
“O Se Joga” 2021 é, sem dúvida, o principal dos meus projetos esse ano. Mas quero investir em outros que eu consiga escrever, criar e participar desse processo criativo que tanto curto. Em outras plataformas também como podcast, streaming, etc.

Durante a pandemia como tem sido ficar em casa com duas crianças: seu filho Gabriel, seu afilhado Lucas e a namorada Priscila Montandon? Você consegue ter um momento só seu, onde você se dedica as coisas que gosta de fazer sozinha?
Já estamos indo para mais de um ano de pandemia e a rotina está totalmente dominada. No início foi mais caótico porque era tudo muito novo, mas agora engrenou. Sem dúvida nenhuma, estamos muito mais conectados e fortalecidos como família. É impossível sair de uma pandemia mundial emocionalmente ilesa, mas temos que cuidar da cabeça. A rotina de antigamente faz falta, sem dúvida, mas nada comparado a falta que faz um prato de comida ou uma casa, como muita gente tá sentindo. Então tenho procurado mais do que nunca dar para o meu problema, só o tamanho exato que ele tem, e gastar com ele apenas a energia que ele merece. A verdade é que a gente não tem mesmo absolutamente nenhum controle sobre o amanhã. Ontem tudo estava lá, e hoje, não está. E, sinceramente, nem sabemos se vai voltar a ser como era. Tenho refletido muito sobre isso; sobre como viver, aproveitar e valorizar ainda mais esse sopro que a gente chama de “vida”.

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