“Artista não escolhe, ele é escolhido”, declara Daniel Satti

Daniel Satti (que se pronuncia Sátti, não Sattí) nasceu na capital de São Paulo em 6 de abril de 1974. Se mudou para o outro lado do mundo ainda bebê, morando em Tóquio por um ano, e firmou raízes em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, onde morou durante anos com a família.

Durante todas essas fases e mudanças de sua vida, a única constante era uma: a vontade de fazer teatro. “Desde muito novo eu tinha uma voz, tipo “vá fazer teatro“. Quando eu paro para olhar para trás, na minha infância e adolescência, todas as minhas brincadeiras eram voltadas para isso!”, relata ele sobre o começo de seu sonho.

Confira o bate papo completo que a TUDO teve com Daniel Satti: trajetória de vida, início da carreira, planos para o futuro E MAIS a seguir.

Um começo tardio

Foto: divulgação

“Eu vivi na década de 80 e 90, e tinha muito aquela coisa da “sociedade padrão“, né? Do que você faz para ganhar dinheiro, se você é reconhecido ou não… E, fatalmente, artista era coisa de quem não queria trabalhar”, conta Daniel.

Ele então viveu sua juventude brincando de atuar e dançar em eventos familiares e com seus amigos, mas sem nunca considerar que uma carreira poderia surgir dessa veia artística.

Ao final do ensino médio, Daniel partiu para a faculdade de engenharia civil, por influência do pai. “Mas algo continuava me perturbando… o meu olhar nunca saía dos filmes e das novelas”, relata ele.

“Hoje eu entendo que o artista não escolhe ser artista, ele é escolhido”, afirma ele.

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Daniel então concluiu que lhe faltava coragem para dar o primeiro passo em direção ao seu sonho. Até que um amigo lhe fez o convite perfeito: aulas de teatro. “Essa foi a minha tábua de salvação!”, exclama ele. “Era o que faltava para mim, já que eu não conseguia ir sozinho”.

Então, do auge de seus 22 anos, Daniel começou a ter aulas nos palcos e pôde finalmente desfrutar de um talento há tempos guardado. O amigo, infelizmente, ficou pelo caminho, não se adaptando muito bem à dinâmica do teatro, mas Daniel nunca mais saiu dos holofotes. “Ele apareceu para me levar até onde eu precisava estar”, explica ele.

Daí para frente foram anos de estudos e cursos teatrais em Belo Horizonte – que logo deixou de ser sua casa. Para se dedicar mais ao mundo artístico, ele então se mudou para o Rio de Janeiro, um dos centros das grandes produções teatrais e audiovisuais do país.

“No Brasil, ser artista é muito complicado”, declara Daniel.

Um recomeço necessário

Foto: divulgação

“Quando eu fui pro Rio falei “Jesus! Aqui ninguém me conhece, e eu não conheço ninguém”, relembra Daniel. Ele então decidiu começar do zero: se matriculou em novos cursos, fez outros contatos e foi atrás de melhores oportunidades.

Seu primeiro grande trabalho foi na homônima série brasileira “A Diarista” (2004), onde contracenou com Claudia Rodrigues, Dira Paes, Sérgio Loroza e grande elenco.

Ele continuou atuando em outros projetos paralelos até o vento das artes lhe trouxe para São Paulo, diretamente para o set do remake de “Carrossel” (2012), quando interpretou Frederico, pai de Carmen Carrilho (Stefany Vaz), uma das principais personagens da trama. “Até hoje eu sou conhecido como ‘o pai da Carmen'”, ironiza Daniel, orgulhoso dessa fase de sua vida.

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“Eu me tornei muito mais conhecido por esse trabalho do que por todos os outros que eu já fiz”, conta Daniel. Isso aconteceu porque Carrossel foi uma das maiores novelas infantis do Brasil. Com nomes como Maisa e Larissa Manoela no elenco, a história encantou crianças e suas famílias por todo país. E, com a sua recente chegada à plataforma de streaming Netflix, esse sucesso só aumenta.

“É uma coisa que eu acho muito positiva, porque essa novela é muito didática. Ela ensina vários valores que já foram perdidos ao longo do tempo… coisas familiares como o cuidado com pai, mãe, filho, preconceitos e bullying!”, afirma Daniel.

A realidade de ser artista

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“Como artista, é só isso que eu quero: reconhecimento! Não no sentido de fama, mas naquele sentido “cara, é lindo seu trabalho!”, porque aí eu sinto que o investimento que faço em mim mesmo é maravilhoso, está sendo efetivo!”, afirma Daniel.

“O que é qualquer país sem cultura?”, questiona Daniel sobre a desvalorização da arte no país.

Ele ainda comenta sobre a falta de investimento e incentivo às artes no país, que nunca foi muito grande – e, hoje, está menor ainda.

“A arte te ensina, educa e faz refletir. Olha a importância! E nós não somos valorizados”, afirma ele.

De olho no futuro do ator…

Foto: divulgação

Daniel está para estrear seu primeiro protagonista nas telonas: em “Amor, Confuso Amor“, do diretor André Luis Camargo, ele vive Jorge, um homem que se vê envolvido em um triângulo amoroso em que se apaixona perdidamente por uma mulher que não é sua namorada – mas ambas são tão diferentes e especiais à sua maneira que ele simplesmente não consegue se decidir.

“[O filme] discute os valores da relação, da convivência… e também o valor da vida, porque a morte pode chegar a qualquer momento. Leva o público a refletir”, explica ele.

Em virtude da pandemia, seu lançamento foi adiado, mas o projeto está em fase de montagem e deve chegar em breve aos cinemas. “Eu ‘tô’ muito curioso para ver como ficou essa montagem!”, exclama Daniel.

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Em outra nuance artística do ator…

Daniel também aguarda a estreia de “Faixa Preta – A Verdadeira História de Fernando Tererê“, filme em que o paulista interpreta Alexandre Paiva, mais conhecido como Gigi, treinador de Fernando, um dos maiores lutadores de jiu-jitsu da história do Brasil.

“A forma do Fernando desabafar era com a prática da luta”, explica Daniel. O longa segue a trajetória de vida de Fernando, que passou por muitos altos e baixos até se tornar pentacampeão mundial no jiu. “É uma história de superação!”

“À medida que fui pesquisando, eu descobri que meu personagem era um ‘paizão’, e aí que eu entendi a relação dele com o Fernando”, conta o ator.

“Eu me senti numa responsabilidade muito grande”, conta Daniel depois de ter conversado com o próprio treinador através das redes sociais. “Claro que a gente não quer fazer igual, não existe igual. Mas a gente quer representar a essência, né?”, relata ele, ansioso pela estreia do longa.

“Faixa Preta” tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2022, mas ainda sem data oficial.

“É tão delicioso para nós, atores, fazer personagens que vão completamente fora do nosso universo!”, conta o ator.

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E a TUDO tem certeza que também vai se deliciar com a sua atuação no longa, Daniel! Ainda mais sucesso na sua caminhada.

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