Obra de Laerte Asnis ilustrada por Shizue Sakamoto procura mostrar ao leitor que o espectro autista não define uma pessoa
O dia 18 de junho foi selecionado pela ONG Aspiens For Freedom e adotado no mundo todo como o Dia do Orgulho Autista, tem o intuito de valorizar as diferenças e celebrar a neurodiversidade. “É importante para nós passarmos um dia no ano curtindo nosso autismo com nossa família e amigos, seja online ou offline, porque pode haver tanta divulgação negativa na mídia sobre o autismo, que sentimos ser importante reequilibrar com eventos positivos”, diz o site do grupo.
De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 2 milhões de brasileiros estão dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso corresponde a 1% da população do país. Pensando nisso, o autor Laerte Asnis escreveu Seu nome é David e ele é autista, a fim de levar luz à causa.
No enredo da obra, Mariana e Lucas são um casal que relata como eles veem seu filho autista, David, no dia a dia. O modo de brincar, socializar, estudar e entender o mundo é diferente para o pequeno, que foi diagnosticado por vários profissionais com o Transtorno do Espectro Autista.Desta forma, o autor convida o leitor a perceber que as diferenças observadas em David são apenas diferenças, e não o fazem uma criança menos inteligente, criativa e amorosa. O olhar de seus pais sobre suas atividades diárias demonstra uma maneira poética de interpretar o transtorno, que ainda é visto com preconceito por diversas camadas da sociedade.
Com traços aquarelados das ilustrações de Shizue Sakamoto, a história se desenvolve no plano lúdico, levando o leitor a ressignificar as reações de David e de todas as crianças com o transtorno. A sensibilidade, o estudo, o carinho e as atitudes positivas da família retratada ensinam sobre o TEA ao mesmo tempo em que humanizam a realidade de tantas crianças brasileiras.