Crítica do livro ‘A Mãe Eterna: morrer é um direito’, de Betty Milan

Por Nanci Lourenço

Assistir ao envelhecimento dos pais é observar a degeneração do corpo e a sapiência da alma. Vem então a morte, agindo na fraqueza do corpo e ignorando a sapiência da alma, como se nos informasse que todo esse conhecimento adquirido em toda uma vida não é para ser usado aqui, ou existe outro lugar para utilizá-la ou a morte é burra demais.

Para os filhos aceitarem o enfraquecimento dos seus fortes portos seguros, chega a ser insuportável, pois também remete ao “você também sucumbirá”, além de ter que dar conta da negação parental que diz não precisar de ajuda, tornando assim sua vida um impasse.

Betty Milan questiona muito o prolongamento da vida tão valorizada pela medicina, pois esse prolongamento tem um custo alto para quem vive a velhice e para quem dela cuida. As limitações físicas aprisionam, limitam a existência.

“A velhice castra antes de a morte ceifar, e por isso é tão aterradora”.

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