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A Prefeitura de São Paulo decidiu, na manhã desta quinta-feira (06), cancelar o Carnaval de rua na capital em 2022. A decisão, tomada pela gestão do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), mantém o desfile das escolas de samba, no Sambódromo do Anhembi, mediante cumprimento das medidas sanitárias obrigatórias.
A suspensão dos cortejos de rua na capital paulista segue outros polos do Carnaval brasileiro, como Recife, Olinda, Salvador e Rio de Janeiro, que também decidiram cancelar as festividades após o aumento no números de casos da COVID-19, em conjunto com a acelerada disseminação da gripe influenza pelo país.
O prefeito de SP chegou a considerar organizar a festa dentro do Autódromo de Interlagos, a fim de controlar o número de participantes do evento e também exigir o comprovante de vacinação de todos os membros. A ideia, porém, foi rapidamente declinada, já que a Secretaria de Saúde da cidade afirma que o evento, ainda assim, não seria seguro.
Este é o segundo ano consecutivo em que o Carnaval é cancelado na capital paulista.
Segundo os números da pasta, 32.403 atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios foram realizados somente nos quatro primeiros dias do ano, sendo 18.267 suspeitos de COVID.
O titular da pasta da Saúde, Edson Aparecido, afirma que a disseminação da Ômicron, nova variante do coronavírus, continua elevada na capital paulista. De acordo com ele, só nos últimos dez dias, os atendimentos a pacientes com suspeita de COVID cresceram 30% nas unidades públicas de saúde.
O governador do Estado, João Doria (PSDB), também se mostrou contrário à realização do Carnaval diante do quadro de piora dos indicadores da pandemia. “A recomendação é evitar que o Carnaval aconteça, porém, a decisão cabe, em súmula, àqueles que dirigem o comando das prefeituras”, afirmou Doria durante coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (05).
Blocos de rua tomam a frente
Antes mesmo do prefeito de São Paulo suspender as comemorações de rua, as associações que representam os blocos da cidade comunicaram, na noite de quarta (05), que não participariam do Carnaval paulistano em 2022.
Os grupos representam 250 blocos, e a capital tem cerca de 680 inscrições. A insegurança sanitária, a falta de consenso entre esferas públicas e a não inclusão dos blocos são alguns dos motivos para o cancelamento.
“Com mais de 600 blocos regularmente inscritos para uma possível realização da nossa festa, estamos hoje, dia 5 de janeiro de 2022, totalmente inseguros quanto à possibilidade de realização do nosso carnaval, quanto às alternativas possíveis para amparar toda a cadeia produtiva envolvida no evento”, diz o manifesto.
De acordo com o comunicado, assinado pelo Fórum de Blocos de Carnaval de Rua de São Paulo, pela União dos Blocos de Rua do Estado de São Paulo e pela Comissão Feminina de Carnaval de São Paulo, durante a organização prévia do evento, nenhum bloco foi incluído nas estratégias de planejamento, levantamento de dados e necessidades sanitárias, “enfim, nada que o Poder Público pudesse usar para se aproximar dos verdadeiros protagonistas dessa festa, que são os Blocos de Rua”.