De cliente à dono do Paris 6 Petit, ele vai fazer história na gastronomia na Granja Viana
Entrevista: Mariana Marçal Imagens: Michel Cutaith
Entre alguns goles de água para refrescar uma quarta-feira quente, Osmar Marques, 44, recebeu a nossa equipe 15 minutos após inaugurar o Paris 6 Petit Granja Viana com um sorriso estampado no rosto e uma capacidade enorme de deixar a gente à vontade!
Enquanto nos aprontávamos para iniciar um bate papo, brincou e sorriu carinhosamente com alguns funcionários, mostrando que nossa missão ali seria leve e divertida. Entre as palavras, uma pausa e outra pra ver se tudo estava correndo perfeitamente, afinal, abrir um restaurante com a chancela do Paris 6 não é coisa para amadores.
Nascido em um dos bairros mais antigos de São Paulo, o Ipiranga, Osmar chegou ao reduto granjeiro há algum tempo, através de uma charmosa loja franqueada de uma das marcas mais queridas de chocolates finos!
O que não imaginava é que sua história por aqui abriria as portas do Paris 6 Petit, renomado restaurante que configura o cenário da alta gastronomia paulistana que se expandiu para outros estados. “Eu era cliente assíduo do restaurante e me tornei amigo dos funcionários”, contou.
É em nosso único shopping a céu aberto, o The Square, que o Paris 6 Petit inaugurou lindo de viver e está sendo o grande responsável por Osmar se render ao charme da região; parece que a possibilidade de mudar pra cá tem visitado seus pensamentos. “Porque não”?, indagou.
A geografia tem dessas coisas e a veia empreendedora também.
Uma maré de ondas boas faz parte da história de Osmar. E é surfando sem muito direcionamento e expectativas que as oportunidades chegaram.
Empreendedor 24 horas, sete dias por semana e gerindo algumas empresas que somam cerca de 2.500 colaboradores – somando empresas e franquias – Osmar é um jovem esportista com bom papo, boas intenções e que veio somar (e se destacar) neste centro gastronômico que é a Granja!
Osmar, qual a sensação de abrir as portas do Paris 6 Petit? Faz 15 minutos que abriu, né?
Num primeiro momento é de alívio porque foram muitos detalhes a serem resolvidos. Meu ramo não é de restaurante, então, foi bastante desafiador. O Paris 6 Petit está começando a expansão agora.
Qual a sua relação com o restaurante?
Eu gosto do Paris 6. Geralmente passo lá (na Haddock Lobo) sempre na madrugada de sábado pra domingo e tenho um relacionamento muito bom com os funcionários. Eu gosto da marca e tenho uma boa relação com o restaurante. Não existiu um planejamento. Aconteceu.
O Isaac Azar, dono do Paris 6, criou algumas características marcantes para o restaurante. E você? O que você vai trazer para o Paris 6 Petit Granja Viana?
Bom, nós temos uma vantagem. O Isaac trabalha muito com a mídia e com os artistas. E a Granja é um reduto de artistas. Também quero oferecer excelência na cozinha e no atendimento. E, sem dúvida, vou investir em tecnologia e no relacionamento presencial e virtual com meus clientes.
A ideia inicial era montar um café que funcionasse 24 horas por dia. Acabou se transformando em um dos restaurantes mais badalados de São Paulo, com enormes filas de espera e presença constante de famosos em suas mesas.
Desde o nascimento, o Paris 6 representou uma série de vanguardas no segmento da gastronomia, tanto em controles quanto na busca de atendimento ao cliente na casa e ao público fora dela.
Assim é o Paris 6 Petit, de Isaac Azar, que chegou na Granja Viana pelas mãos de Osmar Marques.
Há quanto tempo você empreende?
Tive minha primeira empresa aos 22 anos. Sou formado em direito e eu estava estagiando na época. Meu pai desmembrou a empresa dele em duas e fiquei com uma. Empreender é um caminho sem volta.
Além da responsabilidade, empreender te dá outras possibilidades de crescimento.
Além disso, eu me cerco de pessoas boas. Tenho colaboradores que estão comigo há muito tempo, 10, 15, 20 anos. A diferença entre os empresários e os colaboradores é que da porta pra dentro nós pensamos igualmente. Da porta pra fora, eles pensam em suas vidas e o empresário continua pensando no negócio.
Já conhecia a Granja Viana?
Não. O que me trouxe pra cá foi uma oportunidade de negócio, apesar de ainda morar em São Paulo. A Granja me parece uma pequena cidade dentro de outra cidade, com características muito próprias. Trazer coisas boas pra cá faz com que o granjeiro saia menos daqui. Ele é bairrista; gosta de ficar e consumir pelo bairro. Então, acho que esse é o papel do empreendedor: enxergar as possibilidades.
Como foi a escolha da equipe do Paris 6 Petit?
Sou um cara muito criterioso. Acredito que os detalhes fazem toda a diferença. Teve muito treinamento para atender todas as pessoas com sublimidade.
E você tem alguma relação com Paris?
Ah… Paris é linda, né? É uma cidade que se difere de todas as cidades da Europa. Paris tem glamour.
Tem detalhes na arquitetura, na cultura e na gastronomia. Acho que o Isaac trouxe tudo isso para o Paris 6.
Me fale dos pratos do Paris 6 Petit Granja Viana?
Olha, eu não bebo bebida alcoólica, mas amo comer. Aqui, nossos clientes vão saborear pratos servidos quentes e com uma apresentação impecável.
Nosso cliente vai comer com os olhos e babar nos detalhes. Todos os pratos têm uma decoração especial. O Paris 6 é campeão nisso. No menu, são mais de 32 pratos principais e mais de 15 variações do Grand Gateau.
Outra novidade é que temos o menu executivo a R$54,90 e acredito que os pratos serão muito vendidos. Ainda, vamos oferecer 30% de desconto no grand gâteau, nossa sobremesa que é carro chefe. A partir de novembro teremos café da manhã para atender quem trabalha nas salas comerciais.
Se o grand gâteau do restaurante Paris 6 fosse uma obra de arte, seria um Romero Britto: é tão cobiçado quanto polêmico. Criado pelo empresário Isaac Azar em 2008, desperta sensações diversas, de “credo” a “que delícia”. O mais curioso é que as opiniões têm motivo parecido. É o exagero ou a fartura, depende da boca que come. Reproduzido por todo o país e inclusive nos Estados Unidos e em Portugal, o doce lembra o petit gâteau pelo nome, mas na composição está mais para um suflê.
“Assim como na França, nossas sobremesas são uma verdadeira refeição”, explica Osmar.
Você tem alguma versão vegetariana?
Sim. Temos o Gnocchi de Brie à La Caprese “Baby do Brasil”, que é feito de batata baroa com recheio de queijo brie, puxado ao molho de tomates frescos com mozzarela de búfala e manjericão.
E qual o seu prato predileto do Paris 6?
Eu gosto do “Risoto Citrouille À Tirullipa” que é uma releitura nordestina de risotto de abóbora, carne seca, queijo coalho e manteiga de garrafa. Simplesmente divino.
As grandes filas na porta das três unidades espalhadas pela Haddock Lobo são uma das marcas de sucesso do disputadíssimo Paris 6. Na Granja, Osmar já se organizou com a sua equipe para atender todos os clientes com automação e conforto; por meio de um aplicativo, o restaurante cria uma fila virtual que avisa o cliente quando sua mesa está disponível.
Osmar, você se aventura na cozinha?
Pouco. Gosto de comer. Sou doceiro.
Quais os planos futuros?
Daqui alguns dias inauguro e Paris 6 Bistrô em Sorocaba. Lá eu tenho bastante espaço e vou produzir para a unidade Granja Viana. Estou negociando outra unidade do Paris 6 em uma região nobre da Zona Oeste. Continuo investindo e empreendendo.
Investir é para corajosos.
Osmar Marques está solteiro, não tem filhos e sempre praticou esportes. “Acredito que o esporte oferece um lado competitivo com ética”, explica. Osmar nadou por 10 anos, jogou futebol e uma artrose no quadril fez com que deixasse a piscina e o campo. Hoje, ele malha na academia para manter a saúde em dia.