Crítica de Nanci Lourenço
Algernon é um ratinho de laboratório que, diante de uma cirurgia cerebral, se torna extremamente inteligente. Esse experimento visa transformar os deficientes intelectuais em pessoas mais inteligentes. Charlie foi o ser humano que fez a mesma cirurgia para assim ser. Acabei a leitura um tanto incomodada, sem saber muito o porquê desse incômodo, além de que a própria história faz chorar.
Refletindo, somos os animais terrestres que carregamos junto à vida a miséria humana. Sabemos que iremos morrer, e ter esse saber é extremamente triste, desesperador. Precisamos fazer algo para driblar a mortalidade, para negar tal fatalidade e nos fazermos vivos.
Ora conseguimos passar a vida criando e nos afastando da dor do final, ora não conseguimos e sofremos além do necessário; muitas vezes, desnecessariamente.
Penso também na morte ainda em vida que a demência causa; ir perdendo o saber adquirido, a memória do nosso caminhar, o desconhecimento dos amores da vida; na demência vai-se cortando o fio da vida, do que realmente importa, feito navalha extremamente afiada. Por isso choro e muito.
Gostaria que todos e todas lessem para me contar a interpretação dada a esse magnífico livro. Você também chora a grande falta