Com a chegada das altas temperaturas, o bem-estar dos pets requer atenção especial. Diferentemente dos humanos, cães e gatos possuem mecanismos de regulação de temperatura menos eficientes. Os cães, por exemplo, utilizam a respiração como principal forma de dissipar calor, enquanto os gatos recorrem à saliva e ao grooming — hábito de se lamber. Contudo, em situações de calor extremo, essas estratégias podem não ser suficientes, resultando em condições graves como a hipertermia, que ocorre quando a temperatura corporal do animal ultrapassa os 40°C, podendo levar à falência de órgãos.
Segundo a professora Catia Massari, especialista do Centro Universitário Facens, alguns sinais indicam que o animal pode estar sofrendo com o calor: respiração ofegante, gengivas e língua de coloração arroxeada, salivação excessiva, apatia e, nos casos mais graves, vômitos ou desmaios. Para prevenir esses problemas, algumas medidas simples são eficazes, como garantir água fresca, um ambiente ventilado e evitar passeios nos horários de maior incidência solar. “É fundamental nunca deixar o pet sozinho dentro de um carro, mesmo que as janelas estejam abertas, pois a temperatura no interior do veículo pode subir rapidamente, resultando em golpes de calor fatais”, alerta.
Outro ponto de atenção são as superfícies quentes, como asfalto e areia, que podem causar queimaduras nas patas. “Evitar caminhar durante o pico de calor é essencial para proteger os coxins dos animais, que são áreas extremamente sensíveis”, explica Catia.
Raças mais sensíveis ao calor
Alguns pets têm maior vulnerabilidade devido a características físicas. Cães e gatos braquicéfalos, como Bulldogs, Pugs, Persas e Exotics Shorthairs, enfrentam dificuldades respiratórias que dificultam a regulação da temperatura. Raças com pelagem densa, como Husky Siberiano e Maine Coon, ou de grande porte, como Dog Alemão e São Bernardo, também demandam cuidados extras. Até mesmo os gatos da raça Sphynx, que não possuem pelo, estão mais suscetíveis a problemas relacionados ao calor.
Dicas para hidratar e refrescar
Estimular a hidratação é indispensável. Para gatos, as fontes de água corrente são uma excelente alternativa, enquanto para cães, adicionar gelo à água ou oferecer petiscos refrescantes, como pequenas porções de melancia ou maçã, pode ajudar. Além disso, alimentos úmidos, como sachês e patês, complementam a hidratação dos pets.
Em casos de sinais de insolação ou desidratação, a orientação é agir imediatamente. “Leve o animal para um local fresco, ofereça água e resfrie-o gradualmente com compressas de água fria. Porém, o atendimento veterinário rápido é indispensável para evitar danos irreversíveis”, reforça Catia.
Proteger cães e gatos do calor não exige grandes esforços, mas requer atenção constante. Com cuidados preventivos e uma dose de carinho, é possível garantir que eles aproveitem a estação com segurança e saúde.