A trilha sonora é parte essencial dos Jogos Olímpicos. Nesta edição, ela ultrapassou as paredes do ginásio de Tóquio e viralizou nas redes sociais. O DJ Stari, da Áustria, ganhou o coração dos brasileiros com sua playlist eclética e surpreendente durante as partidas de vôlei da seleção.
Stari foi descoberto durante etapas do tour de vôlei de praia na Áustria. Seu desempenho foi tão bom que foi convidado pela Federação Internacional de Vôlei para tocar também nas quadras. Agora, durante as Olimpíadas, ganhou o público brasileiro ao transitar pelas músicas de Pablo Vittar, Raça Negra, Legião Urbana e Chitãozinho de Xororó – uma combinação tão inesperada quanto brasileira. O sucesso nas redes sociais foi quase instantâneo.
“Eu estou realmente impressionado. Eu tento ler e responder o máximo de mensagens possível. Mas, nesse momento, é impossível porque são muitas. Então eu peço desculpas se acabo ignorando algumas pessoas, mas é só uma questão de tempo mesmo. É um sentimento realmente muito bom. Porque, no último ano e meio, não foi fácil para as pessoas que trabalham no mesmo meio que eu. Mas, às vezes na vida, tudo volta”, conta o DJ.
“Eu usei esse tempo livre para pesquisar muito sobre música internacional – e, claro, muita música brasileira. Porque eu tinha a certeza que seria possível de novo estar em um evento esportivo, um evento de vôlei e tocar para os jogadores e para os fãs. Agora é o tempo em que tudo volta”, completa ele, feliz com o retorno da rotina profissional pós-pandemia.
E voltou muito bem: sem eventos por conta da COVID-19, o DJ aproveitou seu tempo para buscar músicas de outros países. Sua playlist tem músicas brasileiras, sim, mas também conta com artistas italianos, russos e franceses.
“Quando eu assisto a um jogo, ao mesmo tempo, no meu cérebro, são várias e várias músicas tocando. E eu preciso decidir qual a melhor para aquele momento. E eu tento ser o mais rápido possível e encaixar com o que está rolando na quadra. Eu sempre tento fazer a diferença”, explica Stari.
O DJ ganhou o coração brasileiro nas redes sociais ao tocar ‘Zap Zum’, de Pabllo Vittar, que é uma das marcas registradas do atleta Douglas Souza, do vôlei masculino. Quando não está jogando em quadra, ele dança ao som do hit. A cantor, Pabllo, chegou a chamar o DJ de MC Olimpíadas.
” Eu também tento fazer a diferença dependendo do jogador que marca o ponto. Por exemplo, quando ele [Douglas] marca, eu sei que ele gosta daquela música famosa da Pabllo Vittar. É uma marca registrada. Não falei com ele ainda. Eu gostaria de encontrá-lo e conhecê-lo nos próximos dias. Porque eu realmente queria falar com ele sobre o que tem acontecido. Isso é parte do meu trabalho. Saber algumas coisas. Quando algum jogador gosta de uma música específica, é parte do meu trabalho que eu conheça e use”, explica o MC Olimpíadas..
Desde o início dos Jogos, Stari tem recebido centenas de dicas de músicas dos torcedores brasileiros. Foi assim que ele descobriu ‘Evidências’, e a tocou na vitória do Brasil sobre a França. ‘Cheia de Manias’, do Raça Negra, também. Ele abre espaço para homenagens também: durante a Liga das Nações, Stari ouviu a história por trás de ‘Sweet Caroline’, de Neil Diamond, que embalou a recuperação de Renan Dal Zotto da COVID-19.
“Sweet Caroline, claro, está conectada ao Renan. É uma ótima história, tinha que tocar em algum momento especial. Então, comecei a tocar toda vez que a seleção brasileira ganha um jogo. É uma celebração.”
Depois do sucesso com a torcida brasileira, Stari espera voltar logo ao país. Ele quer “conhecer novas pessoas, conversar e tomar caipirinha”, diz o DJ.