Fernanda Bauer, médica ginecologista, mora na Granja Viana há 16 anos e trabalha na clínica Doutores da Granja há 10. Em entrevista à Revista TUDO, ela sanou de uma vez por todas as dúvidas em relação a prevenção e ao tratamento do câncer de mama.
“O diagnóstico precoce é nossa grande arma, pois através dele conseguimos fazer um tratamento curativo”, afirma Bauer.
Primeiro, vamos falar sobre dados
Nos últimos anos, o número de filhos da população caiu consideravelmente, enquanto o risco do câncer de mama cresceu entre as mulheres. A isso, Fernanda justifica que o período de amamentação é um dos fatores capazes de evitar a incidência do câncer de mama, com uma queda de até cerca de 7% dos casos.
Essa mudança, porém, não impede que outras precauções sejam tomadas por homens e mulheres para evitar a doença: uma vida saudável é capaz de diminuir em cerca de 30% as chances de câncer de mama.
“Atividade física regular, comer de maneira saudável, interromper o consumo do tabaco e do álcool… se a gente conseguir tratar esses problemas, é possível reduzir em 28% o risco relativo [ao câncer]”, comenta Fernanda. “Cada vez mais vamos trabalhar a prevenção nesses termos”, completa ela.
Manter uma periodicidade de consulta ao ginecologista e clínico geral também são indispensáveis para assegurar o equilíbrio da saúde física do paciente.
Esses cuidados, apesar de recomendados para todos os públicos, são ainda mais importantes para os que têm pré-disposição genética a desenvolver o câncer de mama: cerca de 3% do total de casos têm origem na árvore genealógica dos brasileiros.
“Famílias que parecem ter o fator genético merecem uma abordagem relacionada ao rastreamento precoce” afirma a médica. Esse rastreamento costuma ser iniciado aos 25 anos de idade do paciente, e se dá por meio de ressonâncias e testes. A periodicidade de consulta e exames é determinada pelo médico responsável, mas costuma variar entre 6 meses e 1 ano. “Esses casos são tratados de maneira muito particular no consultório”, conta Fernanda.
A temida mamografia
“É desconfortável sim, mas rápido, e pode salvar vidas”, frisa Fernanda Bauer sobre a mamografia.
À partir dos 40 anos de idade a regra é clara: consultas anuais ao ginecologista são obrigatórias. Isso porquê, além dos exames de rotina, é a partir dessa idade que começa a ser realizada a mamografia, exame de imagens das mamas capaz de identificar lesões, nódulos, assimetrias e diagnosticar precocemente a incidência do câncer.
“A mamografia ainda é insubstituível”, afirma Fernanda. Isso porque nenhum exame é capaz de identificar com tanta precisão os detalhes da mama feminina. “É um exame chato? É. Mas ainda não há outro método que cumpra todas as qualidades da mamografia em termos de custo, distribuição nacional, profissionais habilitados em sua leitura…”, continua ela.
A ressonância magnética, apesar de ser uma alternativa, ainda não captura todas as particularidades necessárias ao exame, em especial no caso de seios menores, não tão densos. Além disso, é um exame extremamente caro, inviável à boa parte da população brasileira. “Talvez a gente possa fazer essa substituição, mas ainda estamos longe disso”, conta Fernanda.
Ela cita o caso de uma de suas pacientes que só teve o câncer de mama identificado graças à mamografia, já que nenhum dos outros exames foi capaz de rastreá-lo – nem mesmo a ressonância.
“A mamografia e o controle anual detectam qualquer lesão antes mesmo dela se tornar palpável”, afirma Fernanda. “É uma exame que, por mais que cause desconforto, não dura mais de 15 minutos e raramente traz um hematoma ou arroxeado na região”, completa ela.
O exame é recomendado também para mulheres com prótese de silicone no seio, já que esse aumenta em 4% as chances de incidência do câncer de mama.
Mas e o autoexame?
O autoexame deve ser feito a partir dos 35 anos, mensalmente, de preferência no período imediatamente após o ciclo menstrual. Fernanda dá a dica de realizá-lo durante o banho, já que o sabonete pode tornar o momento mais confortável.
Mas a profissional faz questão de mencionar que a consulta anual ao ginecologista é suficiente para assegurar a saúde dos pacientes e tranquilizá-los, reservando o ato do autoexame para casos de risco e daqueles pacientes que não têm condições financeiras de manter a periodicidade da consulta médica.
Ao menor sinal de dúvida – como sentir algum relevo ou caroço na região da mama – consulte um médico profissional da área.
Não perca tempo!
“Não aguarde o Outubro Rosa! Se pergunte: o que eu tenho feito, todos os dias, para evitar o câncer de mama?”, questiona a profissional.
Fernanda faz questão de frisar, mais uma vez, a importância de uma rotina saudável, com atividades físicas e idas regulares à profissionais da saúde, durante o ano todo, não só no mês de outubro.
“O principal desafio está em desmistificar o rastreamento do câncer de mama e trazer cada vez mais essas mulheres para uma abordagem de diagnóstico precoce, tratamento e cura”, finaliza a profissional.
A ginecologista Fernanda Bauer atende todos os dias na clínica Doutores da Granja, que conta com equipamento completo para melhor atender seus pacientes. Para agendar uma consulta e obter mais informações, acesse o site.