Liliane Rebelo (38) é hoje a head de Cultura e Sociedade da Cultura Inglesa, escola de idioma tradicional de São Paulo. O cargo, porém, é novo em sua vida: ela chegou à instituição de ensino em 2018, como gerente sênior de projetos culturais, responsável pela administração e realização de eventos voltados para o entretenimento e, aos poucos, sentiu a necessidade de desenvolver uma pasta que abordasse projetos melhores engajados socialmente – daí, a união entre cultura e sociedade.
Ela, que aprendeu a falar inglês graças a uma bolsa integral de estudos da própria Cultura Inglesa quando adolescente, vê urgência no engajamento sócio-cultural entre empresa e comunidade. “A nossa responsabilidade perante à sociedade é que a gente não faça apenas aquilo que estamos acostumados a fazer, que é a concessão de bolsas, mas que possamos fortalecer vínculos e relações comunitárias que motive a diferença”, declara a paulistana. “Que transforme vidas não só a partir do inglês, mas também a partir das condições básicas que o ser humano precisa para viver de forma digna”, complementa ela.
Dessa necessidade surgiu uma agenda de convergência entre cultura e projetos sociais para questões ‘urgentes do nosso tempo’, como a própria Liliane descreve. A partir dessa agenda são desenvolvidas propostas que agreguem não só à vida do estudante da Cultura, mas também daqueles mais necessitados – o projeto emergencial Brasil Sem Fome, do qual a CI é embaixadora, é um dos exemplos.
Cerca de 25 instituições, tanto do setor privado quanto da área pública, auxiliam a Cultura Inglesa para concessão de bolsas de estudo integrais para todos os públicos – crianças, jovens e adultos – em situação de vulnerabilidade social. Além disso, cada unidade da escola tem seu próprio processo de análise individual dos alunos para distribuição de bolsas de ensino. “A Cultura Inglesa é uma fonte de oportunidades“, afirma a gestora.
“Assim, a gente consegue impactar a vida de muitas pessoas e contribuir para uma sociedade melhor e mais justa”, declara Liliane com firmeza.
A Cultura Inglesa na Granja Viana
“A unidade da Granja Viana é muito importante para nós, inclusive atende a um projeto social, a Casa de Apoio“, explica Liliane. A entidade, localizada em Cotia, na Grande São Paulo, é responsável pela seleção das crianças e jovens e distribuição das bolsas de ensino, por outro lado, a Cultura Inglesa oferece toda a infraestrutura para seu aprendizado.
Hoje, na escola, 40 jovens e crianças assistidas pela Casa de Apoio recebem o ensino completo da língua inglesa, além de aulas de canto, violino e flauta doce, dois grupos de orquestra e um programa de aperfeiçoamento para maiores de 15 anos. Para mais informações, acesse o site.
Além disso, a entidade também realiza programas sociais em outras três diretrizes: proteção às crianças, adolescentes e idosos, melhoria de qualidade de vida das famílias e atividades assistenciais à comunidade.
Primeira unidade sem fins lucrativos
A construção de uma unidade de ensino totalmente gratuita para moradores de baixa renda da comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, foi tida como uma oportunidade de ampliar a contribuição social da Cultura Inglesa com a comunidade paulista.
Além da bolsa de estudos de 100% para o curso de inglês, os alunos têm todo o material didático necessário emprestado pela escola, acesso a todas as atividades culturais extracurriculares e ao ambiente virtual de aprendizagem exclusivo da instituição.
“Acabamos de completar dois anos e meio de operação em Paraisópolis com atendimento a mais de mil bolsistas”, conta Liliane. O projeto nasceu de uma parceria da escola com a prefeitura de São Paulo, que cedeu o terreno para a unidade e a Cultura Inglesa fez o investimento na construção do edifício e gestão dos alunos.
“É um projeto que tem um diálogo muito grande, uma interlocução com a comunidade”, afirma a gestora. Para mais informações, acesse o blog.
O Cultura Inglesa Festival
O carro-chefe da instituição continua sendo o Cultura Inglesa Festival, evento 100% gratuito que acontece anualmente na capital de São Paulo. A festividade tem como objetivo aproximar a população brasileira da tradicional cultura britânica, promovendo atividades de engajamento, shows e interações sociais. “Mesmo no projeto cultural, as ambições e responsabilidades sociais estão incluídas, principalmente na questão de acessibilidade e inclusão social”, afirma Liliane.
Por conta da pandemia, a 24ª edição do Festival, que aconteceu este ano, foi feita de maneira completamente remota e contou com mais de 70 atrações internacionais. “O festival digital foi muito importante para dar acesso à pessoas de outros bairros, municípios e estados que não tinham oportunidade”, declarou a gestora.
“O plano para o ano que vem é fortalecer a plataforma digital para que ela continue sendo um veículo de acesso à cultura e educação. Mas, sim, tudo voltando ao normal, temos o desejo de ter um retorno presencial para promover esse espaço de encontro tão especial e importante”, afirma ela sobre o futuro do evento.