Fernanda Rodrigues: maternar, atuar e viver

Com a mesma carinha de 20 anos atrás, a atriz, aos 44 anos, fala da vida que envolve a criação dos filhos, o retorno às novelas e sua veia empreendedora

Discreta e elegante, Fernanda Rodrigues é fã do seu mundo particular e pouco curte dividi-lo com a gente! E está tudo bem!  Nem todos têm essa obrigação de postar tudo o que vive nas redes sociais, como é o caso da sua personagem Alicia, na novela Fuzuê.

Fã de ioga e meditação, ela curte fazer pequenas fugas para o meio do mato junto do marido, o diretor e ator Raoni Carneiro, e dos filhos Luísa, 13 anos, e Bento, sete. 

Nascida no Rio de Janeiro, Fernanda tem 44 anos, mas continua com a mesma carinha de menina de sempre.

Com um sonho de ser mãe que sempre a acompanhou, a atriz mantém um blog sobre maternidade chamado Cheguei ao Mundo, desde o nascimento de sua filha Luísa, e publicou um livro inspirado no canal e no ato de maternar.

Recentemente, ela revelou em um podcast que procurou ajuda na terapia para lidar com a maternidade. “Eu não queria fazer nada disso. Eu queria ter filho. A minha obsessão era ter filho. E aí, quando eu realizei esse sonho, eu esqueci todas as outras coisas, todas. Eu vivi tão intensamente aquilo de ser mãe, de ser mãe, de ser mãe, que eu esqueci completamente da Fernanda esposa, filha, amiga. Todas as outras eu abandonei, abandonei mesmo. Não me interessava, não tinha graça. Só tinha graça viver a maternidade”.

Manter a discrição talvez seja uma estratégia para preservar a sua imagem já que a vida profissional a colocou sob holofotes desde a infância. Fernanda começou a atuar aos três anos, aparecendo em comerciais e videoclipes e só parou há alguns anos, para viver a maternidade.  O período afastada das novelas, entretanto, não significou pausa na carreira. “Não parei de atuar”.  Não parou mesmo! Só não fez mais novelas. Porque na verdade foram três filmes e programas de TV em meio a uma pandemia que pegou o mundo desprevenido. 

O primeiro trabalho de Fernanda Rodrigues na emissora foi em “Vamp”, de 1991. Além disso, a atriz já integrou o elenco de “Malhação” (1995-2020), “Negócio da China” (2008-2009) e “O Astro” (2011).

Fernanda, você começou sua carreira muito jovem. Como foi para você crescer diante das câmeras e passar por essa transição de atriz infantil para uma atriz adulta, e como essa experiência influenciou sua carreira profissional?

A transição, o olhar do público, eu diria que levou bastante tempo para eles verem que eu tinha crescido. Comecei muito cedo e, diferentemente de muitos atores mirins, eu não tive nenhuma pausa na adolescência. Os trabalhos foram fluídos e eu cresci literalmente com as minhas personagens.

É claro que na adolescência foi um pouco mais complicado, porque você tem a mídia querendo saber mais da sua vida e é uma exposição difícil. Mas eu sou muito apaixonada por essa profissão. A alegria de trabalhar com o que amo supera e sempre superou qualquer obstáculo. Uma coisa muito legal é que eu sempre me senti bastante respeitada pelo público, pelos fãs… Sempre foi uma relação de bastante carinho.

De volta às novelas da Rede Globo após um período de pausa de 5 anos, como você se sente, principalmente ao retornar em uma novela como “Fuzuê”, que tem sido um sucesso e com uma personagem divertida e leve?

Muito feliz, porque esse retorno foi bastante desejado e planejado, assim como esse tempo sem fazer novelas. Nesses anos sem dramaturgia, pude desenvolver mais projetos autorais e como apresentadora. Gosto bastante das escolhas que fiz. Mas nos últimos tempos eu comecei a sentir o desejo de estar de novo nesse universo da ficção e a Alicia é um presentão. Vejo que o público gosta dela, torce por ela… É uma personagem complexa, mas divertida e pra cima.

Fernanda, a Alicia é uma mulher obcecada pelas redes sociais. De que maneira você encara essa personagem que aparentemente não tem nada a ver com você na realidade? Como você enxerga essas pessoas que fazem de tudo para estar no auge nas redes? 

O mais legal da profissão é você ter uma personagem que não tem semelhanças com você. A maneira de a Alicia querer viver a vida dela, esse universo das redes e fama, isso é totalmente o meu avesso (risos). Mas é bem gostoso esse exercício de criar essa persona, de entender e acolher os objetivos dela.

Essa investigação é algo que nos move artisticamente. Sobre as redes, vivemos um mundo novo. Hoje as pessoas têm esse canal direto com o público, criam identificação. Gosto de olhar para o que tem de positivo, que é essa possibilidade de se comunicar. Eu tenho uma boa relação com as redes. Vejo que é uma extensão do meu trabalho, uma maneira de estar conectada com os fãs. Gosto de saber que tenho esse espaço direto com quem gosta de mim e do meu trabalho.

Com uma extensa carreira tanto no teatro, no cinema como na televisão, o ator tem o poder de se transformar em vários personagens. O que te motiva a continuar interpretando e participando de diversas histórias?

É preciso ter amor pela profissão. E eu tenho demais. Eu vejo o quanto sou realizada pela história que construí. E mesmo depois de todos esses anos, eu me vejo no set feliz, alegre de estar ali executando mais um trabalho. Fico feliz de ter encontrado uma personagem como a Alicia agora, que é muito diferente de mim e de tudo o que já fiz.

Em algumas entrevistas antes de se tornar mãe, você sempre comentou sobre o desejo de ter filhos. Então, eu te pergunto, após os anos passados, mãe de Luísa e Bento, de que maneira a maternidade te completa?

Eles fazem com que eu seja 100%. Não consigo me imaginar sem exercer esse papel da maternidade. Quando eu paro para pensar no passado, é como se eles sempre estivessem comigo. Eu gosto de ser mãe, de estar com eles, de fazer parte do dia, de educar. Maternidade não é glamour, é cansativo, te exige muito, mas eu, Fernanda, sou muito realizada nesse lugar como a mãe da Luísa e do Bento.

Começo de ano, você costuma fazer ritual ou planejamentos de como você gostaria que esse ano acontecesse? Me refiro não só ao trabalho, mas à maneira como você gostaria de levar a vida, pensando na família, nos amigos?

Acredito muito naquilo que a gente pensa, que a gente emana. Eu busco ter essa leveza na minha vida, no meu dia a dia, independentemente da época do ano, mas, especialmente no fim do ano, sinto que fico mais atenta ao que desejo, ao que eu busco. Falo de coisas essenciais mesmo, que é ter uma vida mais leve, com saúde, alegria. E de manter também o que conquistamos, porque eu sou bastante feliz com as minhas escolhas e trajetória.

Além de atriz, você também se tornou empresária e hoje é proprietária da marca de café FNV Cafeteria. Como surgiu essa ideia e como você encara esse novo projeto em sua vida?

O café é uma nova paixão. Quando criamos a FNV, nós embarcamos de cabeça nesse sonho e nessa missão de estar criando algo que acreditamos muito. Modéstia à parte, eu me sinto bastante orgulhosa com o que estamos construindo com a FNV cafeteria. Cada etapa do nosso processo é tratada com muita atenção e carinho. Temos uma preocupação pelos melhores grãos.

No momento, sabemos que você está dedicada à novela, mas você planeja algo, até fora das telas, para este início de 2024 ou quem sabe no segundo semestre?

Ficamos com a novela até parte do início deste ano e estou dedicada à Alicia. Eu já tenho algumas coisas em andamento, mas ainda nada que possa falar. Eu gosto de estar em movimento, gosto do processo criativo, então, eu sempre estou criando algum projeto novo. E tem a FNV que é um trabalho integral na minha vida, que estou sempre envolvida. E agora no início do ano tem a estreia de Nosso Lar 2 nos cinemas, um trabalho especial e que estou ansiosa para que o público assista.

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