Eliana e o estrelato global

Entrevista Michele Marreira
Introdução: Mariana Marçal

Imagem Capa: Bob Paulino Tv Globo

Eliana Michaelichen Bezerra tem 51 anos, mas a gente olha e pensa: onde fica a fonte da juventude que essa mulher bebe da água? Brincadeiras à parte, um dos segredos, sem dúvida, é levar a vida com leveza.
Desde que a acompanho na TV (tenho 40 anos) nunca vi o sucesso de Eliana subir à cabeça. E motivos não lhe faltaram: O homem em pessoa, Silvio Santos, a convidou para apresentar um programa infantil no SBT, onde permaneceu por oito anos até migrar para a Record. Filha da paraense Dona Eva e do cearense, Sr José Bezerra, é mãe Arthur – fruto do seu relacionamento com Marcelo Boscolli (filho de Elis Regina) e Manuela, da sua relação com o diretor de TV Adriano Ricco.
E se vocês acham que ser apresentadora foi sua única fonte de renda, enganam-se. A loira já vendeu três milhões de cópias dos seus 12 álbuns musicais e possui mais de 150 produtos ligados à sua imagem, de brinquedos a cosméticos.
Atualmente, Eliana estreia com o pé direito na Rede Globo no comando do Programa “Saia Justa” ao lado de nomes como Tati Machado, Rita Batista e Bela Gil, e ganhou um quadro no Fantástico. Parece que vem mais coisas por aí e a emissora vai explorar ao máximo a potência dessa mulher maravilhosa que a Eliana se tornou.

Foto: João Cotta/ TV Globo

Eliana, como define sua transição profissional, ao migrar do SBT para a TV Globo, após 15 anos?

O público que me acompanha há tantos anos vai gostar de ver essa minha versão mais relax. Eu sempre tive uma postura de apresentadora com microfone na mão, liderando um auditório, em uma condução, até pelos produtos que apresentei ao longo do tempo.Dessa vez, fui convidada para ser a âncora, mas sozinha a gente não faz absolutamente nada nessa vida, e o ‘Saia’ é um reflexo disso. Estamos unidas, levando reflexões importantes, com o olhar feminino de mulheres que vocês conhecem na TV. Porém, o ‘Saia’ tem a missão de levar uma mensagem para além da televisão. Porque nos mostramos muito mais do que a gente se mostrava nos formatos em que já trabalhamos até hoje. Está divertido, porque está gostoso. A gente se surpreende com a gente mesmo, nos emocionamos nesse processo. Já choramos, rimos, é tudo muito humano. Isso, sem dúvida alguma, vai aproximar o público das novas ‘Saias’.

Foto: João Cotta/ TV Globo

Podemos dizer que esse momento vai além de uma troca de emissora? Tem um significado especial na esfera pessoal?

Eu gosto de inovar! Eu saí de um universo infantil falando com crianças por 16 anos e fiz essa importante transição na Record com o programa Tudo É Possível. E voltei para o SBT, dividindo os domingos com o maior comunicador de televisão, que é o Silvio Santos. E, depois de 15 anos do meu retorno, recebi o convite para novos desafios no Grupo Globo. E aos 50 anos de idade, falei: ‘quero fazer algo diferente’. Até cheguei a dizer, publicamente, que gostaria de me comunicar com as mulheres, talvez, fazer algo nas redes sociais, alguma coisa que fosse além do auditório – algo que domino há tantos anos, e que amo fazer. Era um pensamento… E daí, recebi o convite para o ‘Saia’ e os demais projetos, que é um desafio profissional e pessoal também. É muito legal inovar aos 51 anos. É bacana, inspirador e especial, principalmente, porque encontro com algumas mulheres da minha idade que falam da minha coragem.

Foto: João Cotta/ TV Globo

Como foi o processo de construção na relação profissional entre vocês quatro, para
criar-se um vínculo bacana, e que chegasse de uma forma positiva ao espectador?

Não adiantava ser uma coisa bacana da porta para fora, tinha que existir genuinamente da porta para dentro. A construção aconteceu, principalmente, na nossa conexão. Porque não adiantava “parecer” que estávamos conectadas. A gente teve que se reconhecer e foi um trabalho muito bacana que a diretora Carla Barros propôs. Realmente muito assertivo, pois conseguimos mostrar essa união feminina, e levar a nossa mensagem para o público do Saia Justa. Vocês vão perceber isso! Brincamos, falamos amenidades e tal, porque a vida também precisa disso. Quando a mulher chega em casa, depois de um dia de trabalho, ou muitas horas cuidando da casa, filhos, etc… Esse público de ‘40+’ que o canal carrega, também quer ter um momento de tranquilidade, de paz, de ‘vamos ouvir um papo também para relaxar?’. Não que seja só para relaxar, mas também para isso.
O Saia Justa dessa temporada 2024, vem para essa mulher que deseja ligar a televisão em um momento de descontração e de união feminina. Contrariando tantas vezes o que falam sobre rivalidade feminina. Não queremos mostrar quem sabe mais, quem sabe menos, levantar bandeiras, uma contra a outra. Não. Estamos unidas! Na minha opinião, que gosta dessas questões
humanas, das relações humanas, é um grande tesouro que encontramos no meio desse
projeto.

Antes você conduzia um programa sozinha. Agora, terá a companhia de mais três apresentadoras. Como sente-se no papel de âncora do grupo?

Por muitos anos segui falando com as câmeras, sempre nessa posição de comunicadora,
conduzindo quadros, me comunicando com o auditório. Dessa vez, existe uma condução, claro, mas como âncora; abre, encerra, dar o tema, passar a bola, mediar assuntos. Existe uma Eliana que está aberta para se mostrar de uma forma diferente! Estou pronta. E isso só chega com a maturidade. Na minha condição profissional, por tantos anos, poderia ter me ‘engessado’. Eu me permiti, conscientemente e racionalmente, fazer outra coisa. O público que me acompanha há tantos anos, me dando esse carinho, apoio e credibilidade, merece conhecer essa mulher que era vista como excelente comunicadora, mas que pouco me conheciam como mãe, mulher e pessoa. É um presente poder relaxar em frente às câmeras e uma oportunidade para quem ouvirá minhas opiniões, me conhecer mais como mulher.

Foto: Juliana Coutinho/ GNT

Dividir o protagonismo com suas colegas te deixa confortável, então?

Eu já estou num estágio de vida e carreira, que posso escolher onde quero estar, sabendo meu valor, independentemente de onde esteja. Me sinto muito à vontade, em casa. Claro que temos entregas, trabalhamos pra caramba, acordamos cedo, saímos tarde do estúdio… É um projeto que levamos com leveza e alegria, porque cada uma a seu jeito ama o que faz. Mas existe muita responsabilidade envolvida, sim. Eu estou no papel que quero estar, e muito feliz. Tenho já por hábito, para quem acompanha minha carreira por muitos anos, nunca estar sozinha no palco. Sempre tenho parceiros e gosto de dividir artisticamente a cena. Nunca estou em cena sozinha, acho que, sinceramente, desde a época em que trabalhava com crianças, sempre prezei essas parcerias. E eram parcerias com divisões iguais; no tempo de fala, de diversão, em horas de programa – sempre muito longos, por sinal. O programa de menor duração que fiz na minha vida tinha três horas. Hoje, a gente tem uma hora, o que é muito gostoso porque a facilidade que tenho de prolongar assuntos para render é grande.

Foto: Beatriz Damy/ TV Globo

Além da exibição do Saia Justa no GNT e Globoplay, as entrevistas do programa
também são exibidas em um quadro que você apresenta no Fantástico. Conte-nos
mais sobre esse formato.

É um spin-off dentro do Fantástico. Eu entrevisto algumas pessoas do nosso meio [artístico] e temos perguntas ‘saia justa’ das meninas (Tati, Bela e Rita) a cada entrevista.nÉ também uma maneira do grande público se familiarizar com esse novo time. Além de entrar em nossas discussões de uma maneira muito gostosa, fluída, no Show da Vida.

Pode nos contar alguma curiosidade de bastidor?

Então, eu sou a âncora do programa e preciso seguir algumas coisas pré-determinadas. Mas, às vezes, o papo está tão interessante, que eu não queria dar continuidade ao programa, dar o próximo passo (risos). Só queria ficar ali escutando (risos).

O que o público pode esperar dessa nova temporada?

A gente se acolheu e se reconheceu como mulheres. Isso é o que vocês vão desfrutar, eu não tenho dúvida. É um time mais descontraído. Não queremos ter razão sobre tudo, e concluir tudo. Queremos pensar junto com o nosso público, trazendo algumas reflexões.

Foto: Beatriz Damy/ TV Globo

Para finalizar nosso bate-papo, tem algum assunto específico que você gostaria de
abordar no programa?

Nós somos feitos de muitas experiências e gatilhos. Eu, sinceramente, não tenho essa resposta, tá? Na medida em que a gente vai vivendo, vamos sentindo, e reagindo a essas pautas. E o que elas nos provocam internamente, entendeu? O bacana de tudo isso é estar aberto para viver essas experiências de uma maneira muito transparente. Acho que isso o ‘Saia’ vai ganhar bastante com esse time. É bonito de ser visto, é o que vemos em nossos exercícios internos. Não saberia te responder que tema mexeria muito comigo… Estamos exercitando muitas coisas com a vivência e aprendizado de cada uma.

Foto: Juliana Coutinho/ GNT

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