Débora Falabella: Uma artista brilhante

INTRODUÇÃO: MARIANA MARÇAL
ENTREVISTA: ESTER JACOPETTI

Créditos:
Fotos: Jorge Bispo – @jorgebispo
Stylist: Mariana Barreto – @marianabarreto
Beleza – Adriana Alves – @adrianaalvesmakeup
Assistente de Beleza- Barbara Santos -@babisilvasantos

Créditos Looks:
Look rosa e preto – @neriage
Look vestido NK Store – @nkstore
Joia @vehr

Débora Falabella tem nome de estrela. Além de beleza, talento, carisma e inúmeros adjetivos que não caberiam nestas páginas.

Trabalhei desde cedo e tenho total consciência que tive o privilégio de poder viver da minha profissão.

Apesar de prima distante de Miguel Falabella – mais precisamente de 12º grau -, nasceu em uma família que respira arte e, inevitavelmente, conquistou um espaço importante no estrelato. Sendo assim, não tinha como não dar certo.
É filha do ator Rogério Falabella e da cantora Maria Olympia. É irmã da atriz Cynthia Falabella e da produtora Junia Falabella.
Embora ela já tenha feito inúmeros trabalhos de sucesso e diversas mocinhas que conquistaram nosso coração, ela brilhou de verdade ao dar vida à rival de Carminha em “Avenida Brasil”, Nina.
Mas não podemos esquecer de O Clone, onde interpretou a Mel, a menina doce que fez a gente sofrer e se sensibilizar com o drama do vício das drogas.
Pisciana, nascida em Belo Horizonte, estreou na televisão em uma participação especial na quinta temporada de Malhação.
Débora é mãe de Nina Falabella Hipolitho, do casamento com o músico e apresentador Chuck Hipolitho. Atualmente, é casada com o diretor e roteirista Fernando Fraiha.
Após seis anos longe das novelas, Débora Falabella retornou aos folhetins globais em Terra e Paixão na pele de Lucinda, gerente da cooperativa agrícola de Nova Primavera. Uma mulher correta, justa, que se dedica completamente ao trabalho e à família. Casada com Andrade (Ângelo Antônio) e mãe de Cristian (Felipe Melquiades), a personagem sofre com um marido violento e compartilhou com a REVISTA TUDO um pouco desse papel que gera identificação e repercussão com o público.

Sua personagem em “Terra e Paixão” vive um drama que acontece na vida de muitas mulheres. Como foi para você encontrar o arco dramático para interpretar as cenas de violência? Como você se sentiu após uma cena de violência, ainda que na ficção?

Eu acho a trama da Lucinda muito bem construída, apesar da história começar quando a Lucinda já vive problemas com o Andrade.  Então, eu, o Ângelo e a direção, entendemos que precisaríamos mostrar que esse casal já viveu momentos bons e, por isso, tivemos esse cuidado na preparação das personagens. Como já trabalhei com o Ângelo no teatro e já éramos amigos, isso ajudou bastante. Acho a trajetória da Lucinda muito real. É incômodo, pois, queremos que a personagem saia logo dessa relação, mas a realidade não é assim. Fico mexida, sim, quando gravo cenas de violência. Não pela maneira como a cena é feita, mas pela carga que ela tem. A gente carrega essa carga no corpo e no nosso emocional; não é tão fácil separar, principalmente quando temos a consciência que um terço das mulheres do nosso país já sofreram ou sofrem algum tipo de violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida.

A Lucinda resolveu revidar e aprendeu uma luta chamada Krav Magá. Assim como a personagem, essa é a primeira vez que você tem contato com as artes marciais? Como foi incorporar essa nova característica no meio da trama?

Já fiz kung fu na adolescência e um pouco Muay Thai e boxe. Sempre gostei e adorei que isso tenha feito parte do fortalecimento da Lucinda. Acho que a luta a fortaleceu física e emocionalmente e, com isso, ela construiu mais um degrau para conseguir sair dessa relação.

Débora, você acredita que o fato de ter saído da casa dos seus pais aos 19 anos te ajudou no processo de amadurecimento pessoal e profissional?

Acho que o fato de trabalhar cedo sim. Sair da casa dos meus pais foi uma consequência. Mas olhando para trás, vejo que isso também me fez ter mais autonomia. Hoje moro longe e morro de saudades deles.

Sua família toda é envolvida com a arte; filha de pai ator, Rogério Falabella; mãe cantora, Maria Olympia; e irmã atriz, Cyntia Falabella. É possível dizer que, inevitavelmente, você seguiria o mesmo caminho ou em algum momento você cogitou fazer outra coisa que não tivesse nada a ver?

Acho que seguiria sim. Ou iria para um caminho totalmente diferente como medicina (risos). Cheguei a fazer metade de uma faculdade de publicidade. Não tinha artes cênicas em BH na minha época de formanda, então, achava que poderia fazer esse curso, mas descobri que não tinha mesmo nada a ver comigo.

Você tem uma conexão muito grande com o teatro; há pouco, inclusive, abriu o Espaço Falabella com sua irmã. Qual a importância do tablado na sua vida enquanto atriz?

Cresci com um pai ator de teatro, diretor e autor. Minha irmã também, então, sempre tive essa referência. Quando comecei a fazer teatro não tinha uma perspectiva profissional. Comecei porque era tímida e ali sentia que tinha um lugar. Depois isso virou parte da minha vida e fez todo o sentido. Eu trabalho na TV e estou cada vez mais envolvida com o cinema porque tenho vontade de dirigir, mas teatro pra mim é minha vida mesmo. Tive um grupo por 18 anos, tenho esse espaço com minha irmã e não tem um momento sequer em que eu não pense em um texto, pesquisa ou peça.

Aliás, a profissão do ator é um tanto instável, especialmente aos que se dedicam ao teatro, que nem sempre tem a mesma visibilidade e retorno financeiro como na TV. De que maneira você acha possível mudar esse cenário? O caminho poderia ser por meio de iniciativas privadas e públicas? Seria o suficiente para levar a arte aos bairros mais periféricos?

Trabalhei desde cedo e tenho total consciência que tive o privilégio de poder viver da minha profissão. Viver somente de teatro é bem difícil mesmo no nosso país. Trabalhei com minha companhia em um programa de formação de plateia. E isso é importantíssimo. Não temos esse hábito, infelizmente. Políticas públicas, iniciativa privada e, principalmente, a valorização real da nossa cultura que começa na educação do nosso povo. A cultura precisa fazer parte da identidade do nosso país.

Há um bom tempo (2012) eu li uma entrevista sua em que você fala sobre um dos seus defeitos, autossabotagem, de achar que não está fazendo o suficiente e por isso fica muito ansiosa. Após todos esses anos, você consegue controlar melhor esses sentimentos?

Sim. Ainda lido com tudo isso, mas hoje estou bem mais tranquila. Nada que o tempo e a terapia não melhorem (risos).

O público pode ver você também em “Aruanas” como a jornalista Natalie, que luta em defesa do meio ambiente, do planeta. O que você trouxe de mais precioso pra sua vida deste trabalho e qual a importância dele, pensando principalmente no futuro?

Me achava uma pessoa com consciência ambiental e depois de duas temporadas de Aruanas isso ampliou bastante. Quando a gente conhece a história das pessoas que estão na linha de frente, dos problemas reais, a nossa cabeça muda e isso começa a fazer parte da sua vida e dos seus hábitos.

As gravações da novela devem ir até o finalzinho de janeiro de 2024. Você cogita trabalhar no cinema ou no teatro?

Sim. Exatamente isso. Tenho projetos de teatro após o fim da novela e estou desenvolvendo um roteiro de um filme que vou dirigir.

Aruanas é uma série que provoca a reflexão sobre um dos temas mais relevantes da atualidade: a luta pela preservação do meio ambiente. Débora interpreta a jornalista Natalie, uma militante que ao lado de outras três personagens – a ativista Luiza (Leandra Leal), a advogada Verônica (Taís Araujo) e a estagiária na equipe, Clara (Thainá Duarte) mergulha no universo do ambientalismo investigativo e proporciona debates e reflexões que podem salvar o Planeta.

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