O drama “Culpa e Desejo” (L’été dernier), protagonizado por Léa Drucker (“Close”, “Custódia”) e dirigido por Catherine Breillat (“Para Minha Irmã”, “Anatomia do Inferno”), já está em cartaz nos cinemas brasileiros, com distribuição da Synapse Distribution. O filme fez parte da seleção do Festival Varilux 2023, evento que aconteceu no país durante este mês. Confira o trailer aqui e imagens neste link.
Na trama, Anne (Léa Drucker), mãe bem-sucedida e respeitada advogada especializada em violência sexual contra menores, coloca tudo em risco ao entrar em um jogo de sedução com Théo (Samuel Kircher), filho de seu marido em um casamento anterior. Aos poucos, ela engata uma relação amorosa que pode abalar sua carreira e sua família.
“Culpa e Desejo” é baseado em um filme dinamarquês chamado “Rainha de Copas”, de 2019. Quando o produtor Saïd Ben Saïd (o mesmo de “Bacurau” e “Elle”) comprou os direitos do longa e entregou para Catherine dirigir sua própria versão, ela viu que poderia explorar elementos não aprofundados no original. “No papel, essa é uma história de uma mulher tendo um caso com seu enteado bem mais novo, mas essa não é a história que queria contar. Meus filmes são, primeiro de tudo, poéticos. Estou interessada no amor, desejo, culpa e toda a jornada”, comenta ela.
A cineasta trabalha seus projetos sem a composição de uma trilha sonora original, e neste longa não foi diferente. Sua intenção é explorar minuciosamente os momentos íntimos por meio das demonstrações de afeto. Para ela, ter Léa Drucker e Samuel Kircher (que atuou pela primeira vez) foi essencial para criar a atmosfera do filme. “Quando conheci Léa, achei ela maravilhosa. Acima de tudo, vi nela a atriz que iria filmar […] Já Samuel é totalmente charmoso, radiante e, ao mesmo tempo, misterioso. Ele deu tudo de si às câmeras”, afirma.
Vencedora do Prêmio César pelo filme “Custódia”, de 2017, Léa Drucker mergulhou na filmografia da diretora e se apaixonou pela forma como ela conduz seus filmes. “Catherine tem opiniões claras e uma visão única. É maravilhoso trabalhar com diretores que são ambiciosos e brilhantes e que têm um universo estético marcante. Eu estava nervosa, claro, mas isso faz parte do ofício: você não controla tudo, precisa caminhar com o desconhecido”, diz.
“Culpa e Desejo” fez parte da seleção oficial do Festival de Cannes de 2023, onde concorreu ao prêmio principal da Palma de Ouro.