Por Ana Luiza Castro
A verdade é que todas nós mulheres nascemos com asas, mas existe o despertar delas; cada uma tem seu tempo, sua história, sua verdade, mas todas têm algo em comum: a necessidade de voar…
Susi sempre foi aquela aluna aplicada, que todo professor se orgulha: nunca faltava, respeitava seu corpo e seus limites, fortalecia com regularidade pois sabia que assim não se machucaria; gostava de meditar já que queria uma mente igualmente forte.
Tudo controlado e organizado, até se deparar com uma cirurgia de alta complexidade, daquelas que desestabiliza até quem parecia estar em perfeito equilíbrio: um tumor na meninge.
Ao mesmo tempo, uma separação e uma mudança de cidade.
O esporte cura tudo? Não cura, mas ajuda em momentos como esse, acredite!
Ela acreditou e sempre me relatou o quão era mais forte por correr.
Alguns meses depois de sua chegada a Porto Alegre, mais uma cirurgia, ainda mais complexa , mais invasiva … parece jargão feito, mas você só descobre a força que tem quando sua única alternativa é ser forte… e ela foi!
Fez um dos voos mais bonitos e emocionantes que já presenciei: junto com 40 parafusos, 10 placas em seu crânio e mais de 30 sessões de radioterapia, em plena pandemia, Susi colecionava quilômetros. Era correndo que os pensamentos se organizavam e, a cada passo de seu novo caminhar, uma visão otimista e a certeza que quem dá brilho ao olhar é a vida que optamos levar.
Ana Luiza Castro
Treinadora e Idealizadora do Mulheres com Asas / Women With Wings
@analuizawww
@corrida.www