De acordo com a pesquisa Woman in the Workplace de 2021, 42% das mulheres sofrem com sintomas da síndrome de burnout, número 10% maior do que no ano anterior. Além disso, uma em cada três pensam em largar ou alterar a carreira por conta do estresse. Os dados preocupantes ilustram que a sobrecarga de obrigações causada pela pandemia tiveram um efeito mais devastador nas mulheres do que nos homens.
A síndrome de burnout é um distúrbio emocional, geralmente conectado ao trabalho. Os sintomas variam entre exaustão extrema, estresse, esgotamento físico, dor de cabeça frequente, fadiga, dores musculares e até problemas cardiovasculares. A especialista em fisiologia e bem estar emocional Débora Garcia explica que diferentes fatores podem contribuir para o burnout, desde características do ambiente de trabalho até as particularidades de cada indivíduo. “Uma soma desses fatores pode levar a pessoa a esse esgotamento”.
Para ela, no caso das mulheres, todo o contexto social de sobrecarga feminina explica o aumento de casos do distúrbio. “Essa situação pode impactar no nosso olhar profissional, a sociedade espera da mulher diversas outras funções além do trabalho. São inúmeros papéis na sociedade, na família e a pandemia trouxe ainda uma nova realidade de home office. Tudo isso afeta diretamente nesse aumento expressivo”, detalha a especialista.
A individualidade de cada ser e o diferente funcionamento biológico de cada pessoa também deve ser levado em consideração no momento de avaliar e criar uma rotina emocionalmente saudável. “Entender que a biologia de homens e mulheres é diferente e que isso influencia nas questões emocionais é muito importante. Não podemos negligenciar isso”, opina Débora Garcia. A especialista defende que evitar o burnout é uma tarefa de auto-observação: “Devemos saber identificar os sinais que o corpo dá ao longo da trajetória profissional, uma análise que possa começar a dizer que você pode estar indo por um caminho de exaustão e desmotivação”, aconselha.