Uma doença ainda pouco conhecida, segundo especialistas, a endometriose atinge uma em cada 10 mulheres. A condição é caracterizada quando o endométrio — tecido que reveste o útero e que descama a cada menstruação — adere em outros tecidos da pelve, causando uma inflamação crônica.
Não normalize as cólicas!
Muitas mulheres não procuram tratamento porque as fortes cólicas – que inclusive interferem nas atividades do dia a dia como trabalhar – são tratadas como frescura ou dores normais. Além do desconforto pélvico e das fortes cólicas, a endometriose pode causar também infertilidade. De acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, cerca de 40% das mulheres com infertilidade têm a doença.
“Temos que prestar atenção aos sintomas e avaliar a história clínica da mulher. Pacientes com cólicas menstruais que aumentam progressivamente devem sim ser investigadas”, explica a ginecologista Fernanda Bauer.
As pessoas também podem ter:
- Dores locais: parte inferior das costas, parte inferior do abdômen, pélvis, reto ou vagina
- Dores circunstanciais: ao defecar ou durante a relação sexual;
- Na menstruação: menstruação anormal, menstruação dolorosa, menstruação intensa, menstruação irregular ou sangramento pela vagina;
- No aparelho gastrointestinal: constipação, incapacidade de esvaziar o intestino, náusea ou quantidades excessivas de gases;
- Na região genital: sangramento vaginal ou sangramento vaginal anormal;
- Também é comum: infertilidade, plenitude abdominal ou sensibilidade à dor
Causas de endometriose
A endometriose não tem causa muito bem estabelecida, no entanto algumas teorias explicam o que poderia favorecer o crescimento de tecido endometrial fora do útero.
As duas principais teorias que explicam a endometriose são:
- Menstruação retrógrada, que é uma situação em que a menstruação não é eliminada corretamente, podendo seguir em direção aos outros órgãos pélvicos. Dessa forma, os fragmentos do endométrio que deveriam ser eliminados na menstruação permanecem nos outros órgãos, dando origem à endometriose e aos sintomas;
- Fatores ambientais como a presença de poluentes que estão presente na gordura das carnes e refrigerantes poderiam alterar o sistema imune fazendo com que o corpo não reconheça estes tecidos. No entanto mais pesquisas científicas devem ser realizadas para comprovar estas teorias.
- Além disso, se sabe que mulheres com casos de endometriose na família têm mais chances de desenvolver a doença e por isso fatores genéticos também estariam envolvidos.
A endometriose tem cura?
A endometriose tem cura através da cirurgia para retirar todo o tecido endometrial espalhado na região pélvica, mas também pode ser necessário retirar o útero e os ovários, se a mulher não deseja engravidar. Existem outras opções como analgésicos e remédios hormonais, que ajudam a controlar a doença e aliviam os sintomas, mas se o tecido estiver espalhado em outras regiões, somente a cirurgia será capaz de fazer a sua remoção completa.
Curiosidades sobre a endometriose
1. Atinge mulheres de todas as idades
2. Os sintomas podem variar de leves a fortes e não estão diretamente ligados à profundidade da doença, os sintomas geralmente são cíclicos, sempre piores durante o período menstrual.
3. Nem todo o quadro de endometriose precisa de cirurgia
4. Altos níveis de estresse podem piorar o quadro da doença por debilitar o sistema imunológico, pois a doença em si já aumenta a inflamação, a melhora do estilo de vida (alimentação e exercício físico), pode melhorar muito a qualidade de vida de quem sofre dessa doença.
5. Nem todas as pacientes que têm Endometriose vão sofrer de infertilidade.
6. A endometriose pode ocorrer também na adolescência e após os 40 anos.