O cigarro eletrônico ou vaporizador virou um hábito (ou melhor, um vício) que cresce significativamente por aí, sobretudo entre os mais jovens. Também começou a ganhar a adesão de gente de outras faixas etárias pelo enganoso apelo de não ser tão prejudicial quanto o tabaco tradicional. Ledo engano!
Por ser mais prático, ter uma aparência mais tecnológica e atrativa e não causar aquele incômodo do cigarro tradicional – sobretudo pela diferença de odor -, os eletrônicos passaram a ser socialmente aceitáveis em diversos ambientes, principalmente em festas e eventos.
Tudo isso é motivo de sobra para fazer com que os usuários nem sequer se considerarem fumantes, intensificando ainda mais o uso. Mas tem um lado dessa história que provavelmente não te falaram e que está por trás de todo esse vapor com aroma de menta ou de chiclete. Entenda as mentiras e verdades sobre o cigarro eletrônico.
O que é um cigarro eletrônico?
Também conhecido como vape, smok, jull, ou simplesmente “caneta” por conta do seu formato, trata-se de um dispositivo de bateria no qual é colocado um líquido concentrado de nicotina, que é aquecido e inalado pelo usuário. Esse líquido além da nicotina, possui ainda produtos solventes como água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes para dar sabor.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) não são seguros e possuem substâncias tóxicas além da nicotina. Sendo assim, o cigarro eletrônico pode causar doenças respiratórias, como o enfisema pulmonar, doenças cardiovasculares, dermatite e câncer.
Ainda de acordo com o INCA, estudos mostram que os níveis de toxicidade podem ser tão prejudiciais quanto os do cigarro tradicional, já que combinam substâncias tóxicas com outras que muitas vezes apenas mascaram os efeitos danosos.
Mitos e verdades sobre o cigarro eletrônico
Existe o risco de explosão?
VERDADE! Além da intoxicação, existe ainda o risco de explosão. Segundo o estudo Cigarros eletrônicos: o que sabemos? Estudo sobre a composição do vapor e danos à saúde, o papel na redução de danos e no tratamento da dependência de nicotina, elaborado pelo INCA e Ministério da Saúde, os DEF já foram responsáveis por casos de explosões com danos físicos e materiais às vítimas. Os relatos descritos no documento relacionavam o incidente a problemas com a bateria do cigarro.
Ajuda a parar de fumar?
MITO! O cigarro eletrônico não é um tratamento. Não há evidência científica que comprove a sua eficácia para deixar de fumar.
Mitos e verdades sobre o narguile
O narguilé é uma droga?
VERDADE! O narguilé é uma droga capaz de causar dependência? Sim. Apesar de ser divulgado aos jovens como uma alternativa mais saudável ao cigarro, os produtos encontrados no mercado podem conter tabaco, o que acabaria estimulando o uso e a dependência.
“Como qualquer produto do tabaco que é fumado, o narguilé vai produzir na sua combustão todas as 4.700 substâncias tóxicas já conhecidas do cigarro e que sabemos que causam doenças crônicas e cânceres”, alerta a doutora Liz Almeida, do Instituto Nacional do Câncer (INCA). “Muitos utilizam a desculpa de que em produtos assim, como também é o caso do charuto e do cachimbo, a fumaça não é tragada, pois a ideia é apenas sentir o sabor do produto. Na prática não é o que acontece com o narguilé e, mesmo que fosse, devemos lembrar que apenas a fumaça na boca é suficiente para gerar um câncer na cavidade oral”.
Modismo do narguile
A moda se espalhou rapidamente pelo Brasil e os aditivos de sabor mascararam o perigo por trás do hábito. “O narguilé era um processo muito cultural dos turcos e libaneses. Algo que só era utilizado nos fins de semana. Os imigrantes dessa cultura trouxeram o narguilé para o Brasil e a moda pegou por aqui após uma novela que fez muito sucesso. Ao mesmo tempo, houve uma onda de reincorporação do uso dos narguilés por jovens nos bares. Isso gerou um boom na produção dos produtos e essa maior oferta disseminou mais facilmente o uso. Alguns pais e os próprios jovens sentem aquele cheiro adocicado e acham que não faz mal, imaginando que não há tabaco ali dentro”, explica a doutora Liz.
Alguns pais e os próprios jovens sentem aquele cheiro adocicado e acham que não faz mal, imaginando que não há tabaco ali dentro.
Sintomas comuns entre adolescentes que fazem uso de cigarros eletrônicos ou narguiles:
Cheiro adocicado nas roupas ou no quarto do jovem, que não existia antes,
Tosse persistente,
Falta de ar,
Secreção respiratória,
Sintomas de resfriado ou gripe que não passam,
Pigarrear,
Exacerbação de doenças que o adolescente já tenha, como asma e rinite.