Fast Track? Explante? Nanotextura? Síndrome ASIA? Conheça as novidades da prótese mamária

Por Dr. Mauro Millman

A cirurgia de prótese mamária está entre as mais procuradas nos consultórios de cirurgias plásticas há décadas. Apenas no Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pacientes já optaram pelo procedimento.

Muitos cirurgiões divulgam o Fast Track Recovery, um protocolo que tem o objetivo de retorno quase imediato a qualquer atividade física após a cirurgia. Sem dúvida, é excelente para pacientes que não conseguem interromper sua rotina. Sua principal indicação é pacientes que não associam outras cirurgias e necessitam apenas da pequena incisão para introdução do implante. Pessoalmente, contrário ao Fast Track, não sugiro as pacientes dançarem, marombarem ou se deitarem de bruços nas primeiras duas semanas.

A retirada de próteses (Explantação) tem se tornado cada dia mais comum e acontece por motivos diversos: pacientes com mudança corporal, mudança de autoimagem, doenças mamárias, complicações relacionadas a prótese, desejo de não se submeter a procedimentos cirúrgicos futuros etc. O procedimento é similar a cirurgia de redução mamária, podendo ser aplicadas técnicas de reconstrução como o enxerto de gordura e a transferência de tecidos de outros locais do corpo (retalhos).

As próteses de silicone também evoluíram nestes mais de 50 anos. A indústria busca um implante que cause a menor reação no organismo, incluindo o sistema imunológico, mas que, ao mesmo tempo, suporte o estresse mecânico crescente, preservando o resultado estético desejado. Diversas texturas são utilizadas atualmente: macrotextura, microtextura, nanotextura, poliuretano etc. Destas, a nanotextura mostra-se promissora, com redução de diversas complicações devido a maior compatibilidade com o organismo.

O BIA-ALCL é o linfoma associado a prótese mamária. Trata-se de uma doença rara (cerca de 600 casos no mundo) descrita em 2011, associada a próteses macrotexturizadas e apresenta baixo risco de evolução desfavorável. O sintoma mais comum é o acúmulo espontâneo de líquido ao redor do implante e a retirada da cápsula (junto com o implante) é o suficiente no tratamento da maioria dos casos.

A Doença do Silicone e a Síndrome ASIA são quadros ainda em investigação (necessitam de evidências da relação causa e efeito do implante). Alguns pacientes associam quadros de cansaço, dores articulares e sintomas inespecíficos, que podem ser uma resposta imune a próteses macrotexturizadas.

As próteses mamárias mantêm alto índice de satisfação das pacientes, devido a melhora da harmonia corporal e repercussões positivas no comportamento social e afetivo. Mas, como toda cirurgia de grande porte, deve ser realizada em local adequado (hospital), com suporte de um médico anestesista e executada por um cirurgião plástico habilitado (consulte: www.cirurgiaplastica.org.br)

Serviço

Dr. Mauro Henrique Milman
Cirurgião Plástico – CRM 101.917
Mais informações: www.drmaurohenrique.com.br
Redes sociais: milmancirurgiaplastica

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