E quando seus pés cansarem, voe


Há 8 anos, desde que a equipe surgiu, tenho a sorte de uma grande troca: eu ensino a correr e elas me ensinam a viver. Já que a minha parte é bem mais simples, me sinto na obrigação de fazer um pouco mais e, por isso, quis começar a escrever e, quem sabe, assim, sem muita pretensão, despertar as asas de quem ainda não começou a voar… porque, para mim, quase sempre é cedo para ser tarde demais.

Mulheres com Asas não são assim tão raras; é fácil identificar uma pertinho de você. Geralmente, nascem e passam por um processo de transformação.  Normalmente, com alguma experiência marcante, transformam suas vidas. O mais lindo de tudo isso: se transformam naquilo que sempre quiseram ser.

São mulheres que conseguem administrar suas carreiras com o mesmo amor e compromisso que administram seus lares. São mulheres que zelam por seus filhos, mas jamais esquecem de si próprias. São mulheres que seguem sorrindo mesmo com as marcas dolorosas da vida.

Hoje, venho contar um pouco da história do voo de Liége, que chegou ao grupo cheia de vida, pois havia acabado de vencer um câncer de mama. Eu poderia aqui contar todo o processo doloroso, triste e assustador, mas, prefiro enaltecer a personalidade de uma mulher forte e guerreira, que se encheu de coragem pós doença, decidindo se aventurar em sonhos que haviam ficado para trás. Por sorte minha e da equipe, a corrida era um deles.

E, assim, as visitas semanais ao hospital foram trocadas por visitas ao parque; e o que era um desafio, se tornou um hábito saudável e, rapidamente, uma paixão.                          

É preciso ter coragem para viver nossos sonhos…
Vale sempre lembrar que não é necessário uma situação limite para corrermos atrás deles.

Liége Carrela, 63 anos, WomenWithWings desde 2014.

Por Ana Luiza Castro

Treinadora e Idealizadora do Mulheres com Asas / WomenWithWings

@analuizawww
@corrida.www

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