Fonte: Studio Guadix
Com a tendência de imóveis residenciais com plantas mais enxutas, os dormitórios, assim como os demais cômodos, demandam uma importante premissa: a otimização perfeita dos espaços. Alçado como um ambiente que deve propiciar um décor aprazível, gostoso e que englobe soluções inteligentes para armazenar o universo particular de itens dos moradores, o ponto de partida para não errar no projeto de um quarto pequeno é promover um estudo detalhado do layout para dispor respostas muito bem resolvidas.
Segundo a arquiteta Júlia Guadix, o formato do ambiente e a relação daquilo que é essencial em um dormitório guiam o projeto. Em sua lista, junto com a cama, que protagoniza o ambiente, são sempre bem-vindas a inclusão de duas mesinhas de apoio – que podem (ou não) conter gavetas, a depender do perfil de organização do morador. “As peças são fundamentais, haja vista que o dia a dia pede um local para dispor, ao lado da cama, um livro, iluminação e um apoio para o celular”, explica. Além disso, é imprescindível considerar um espaço adequado para o armazenamento de roupas e outros itens pessoais do morador.
Distribuição dos móveis
Pensar nas medidas é uma das primeiras ações a serem consideradas em um quarto compacto. Com as dimensões, o profissional de arquitetura começa a trabalhar com a disposição do mobiliário que o cômodo comporta e, ao mesmo tempo, corresponda às necessidades de quem o habitará.
Considerando o que é essencial – cama, guarda-roupas e apoios laterais, a profissional trabalha para ofertar um ponto bastante buscado, que é a ampliação de espaços para organização. Na cama, a decisão por um modelo de cama box com baú ou uma marcenaria executada especialmente para o projeto se traduz como mais um local para guardar objetos pouco utilizados no dia a dia, evitando a compra de mais de um armário.
No tocante aos móveis laterais, quando possível, a presença de gavetas se configura como mais um cantinho para a distribuição do acervo. “Sempre falo para meus clientes que, estando em um apartamento pequeno, se torna uma premissa rever tudo aquilo que eles trazem consigo. Seguindo um novo estilo de vida, é interessante manter somente aquilo que é realmente usado e que traz alegria. A leveza de não ter armários com excesso de objetos guardados contribui diretamente para um dormitório tranquilo e com uma sensação de amplitude”, aconselha Júlia.
O respeito à proporcionalidade deve conduzir a decisão pela cama. Um dormitório pequeno com uma cama king, por exemplo, pode ocupar uma área preciosa e resultar em uma percepção de ambiente apertado, uma vez que é preciso ter, no mínimo, um espaço de 50 cm no entorno da cama. “Se o sonho de uma cama king não for possível, o estudo do projeto pode nos abrir frente para incluir um modelo queen que, embora um pouco menor, já confere muito mais conforto e espaço que a cama de casal padrão.”, reflete a arquiteta.
Móveis sob medida
Investir em móveis sob medida é uma excelente deliberação para o aproveitamento dos espaços. Por meio do desenho do mobiliário planejado, é possível aproveitar cada cantinho do cômodo para viabilizar mais espaço para o guarda-roupa e prateleiras que oferecerão uma organização eficiente. “Um projeto bem pensado leva em consideração os objetos, roupas e hábitos do morador para maximizar o espaço aliando funcionalidade e beleza.”, enfatiza a arquiteta. Aqueles executados sob medida se encaixam perfeitamente dentro do cômodo, garantindo que nenhum elemento se sobreponha a outro ou fique fora do lugar.
Iluminação
Quando o dormitório é iluminado apenas com um ponto central, o posicionamento acaba por diminuir o ambiente por conta da sensação de penumbra percebido pelas paredes mais escuras e o centro mais claro. Para conquistar uma iluminação equilibrada, Júlia revela sua preferência por uma luz indireta no meio do cômodo para rebater no teto e distribuir outras fontes de luz próximas ou nas paredes, para colaborar com a conquista da amplitude.
“Uma ideia bacana é fazer um painel de cabeceira de ponta a ponta da parede e iluminá-lo com uma fita de LED. A cabeceira e o efeito da luz ajudam a alongar e criar um cenário delicado e intimista para o ambiente”, sugere.
Ainda nessa distribuição, pendentes em cada lado da cama são bem-vindos e, caso o dormitório contemple um forro de gesso, abre-se a opção de incluir lâmpadas embutidas e com um ângulo aberto para iluminar os armários.
Dicas extras
A profissional alerta sobre a importância de observar a abertura das portas dos armários. Para não prejudicar a circulação no quarto, o morador pode optar pela marcenaria com porta de correr – de preferência, aquelas que compreendem o vão completo entre piso e teto para melhor aproveitamento do maleiro do armário.
Por fim, o bom (e sempre atual) espelho segue como um queridinho no intuito de fazer o quarto mais espaçoso. “Espelhos são bem vindos nos quartos, mas sempre evito posicioná-los de modo que quem se deita à cama veja seu reflexo. Isso evita aquela sensação de ter alguém te observando e levar sustos à noite.