Por Celso Finkler
A fast fashion está se popularizando como um foguete e a ideia de que ter estilo é sinônimo de novos looks tem inundado as redes sociais de nossos influencers digitais. Com a mídia social reforçando esta mentalidade, um em cada seis jovens afirma que não vestiria uma roupa novamente se ela for vista online.
Bem-vindo à moda digital. Graças às tecnologias emergentes, você pode ter todas as melhores e mais recentes tendências da moda em seu armário. Quer dizer, seu armário virtual. Roupas digitais feitas de pixels estão ganhando popularidade em nosso universo fashion.
Na vida real você pode ter um guarda-roupa cápsula minimalista, com poucas roupas, de qualidade e que atendam ao seu dia a dia. Enquanto isso, nas redes sociais, seu eu digital pode ser expressivo e inovador, com dezenas de novos itens em seu closet virtual.
Já há algum tempo a moda digital se infiltrou na cultura dos jogos através das skins: roupas e armas que decoram os avatares dos games. Algumas das skins mais raras e exclusivas são revendidas online por milhares de dólares.
A Louis Vuitton, marca de luxo cobiçada por 10 entre 10 fashionistas até já projetou uma série de skins para um popular jogo multiplayer. Após o lançamento digital, a Louis Vuitton criou peças da vida real para complementar a coleção de skins.
Mas quem teve esta ideia de moda digital? Em 2018, a marca norueguesa Carlings, lançou a primeira coleção de roupas exclusivamente digital do mundo. Os clientes forneciam sua foto e os designers 3D editavam a roupa digital no cliente. Em 2019, a marca criou a primeira camiseta gráfica de realidade aumentada. Com a tecnologia Spark AR e um smartphone, foi possível mudar digitalmente o design gráfico de uma camiseta. Combinada com filtros personalizados do Instagram e do Facebook, o cliente poderia exibir dezenas de mensagens ou designs sem nunca ter que comprar outra peça.
Também em 2019, foi vendido o primeiro vestido de alta-costura digital do mundo, criado pela casa de moda digital, The Fabricant. Ao contrário das peças digitais acessíveis da Carlings, o vestido foi vendido por 9.500 dólares.
Já em Londres, uma loja pop-up conhecida como Hot:Second, incentivou os consumidores a dar uma chance à moda digital. Os clientes podiam trocar peças físicas por experiências digitais, doando uma peça de roupa indesejada para uma instituição de caridade escolhida. Em troca, poderiam experimentar uma variedade de roupas digitais, de alta-costura a streetwear.
O digital fashion é uma solução sustentável para a fast fashion. Oito a 10 por cento das emissões globais de gases de efeito estufa vêm da indústria da moda. Quase três quintos de todas as roupas produzidas acabam em incineradores ou aterros sanitários poucos anos depois de serem feitas.
As roupas digitais permitem que os consumidores vivam suas fantasias consumistas enquanto reduzem drasticamente o impacto ambiental. A pegada de carbono total da produção de um item digital é 95% menor do que a confecção de uma peça física. Reduz também os custos de produção, o tempo de entrada no mercado, sem falar no uso de água que reduz; em média, até 17%.
Sem gênero e sem tamanho, realmente universais. Inclusive, a moda digital promove a ideia de que qualquer pessoa, independentemente do tipo de corpo, tamanho ou gênero, pode usar qualquer roupa.
É caro demais! Será? Pense: você está trabalhando em home office e irá participar de uma live importante. Se tivesse que optar entre comprar uma blusa bacana por 200 reais ou um top digital, que não custaria mais do que 20,00 reais, qual seria a opção mais atrativa pra você?
Para o bem ou para o mal, a nossa persona online é uma extensão de nós mesmos. Este é o futuro da moda, distante de você apenas a um click. Se conecte e divirta-se!
Celso Finkler
Publicitário | Marketing