Por Nanci Lourenço
Este livro fala sobre a maternidade no modo mais duro de sua vivência. O lado romântico não foi conhecido pela mãe, pela filha e pela mãe novamente.
Ser mãe é uma tarefa árdua, inicialmente nos toma todo o tempo que se tinha ao menos para comer, dormir, ser.
O amor se faz extremamente necessário para abrir mão da própria existência, para que uma outra sobreviva. Esse amor é constituído quando recebemos amor e armazenamos esse sentimento para um dia podermos compartilhá-lo. Quando não recebemos amor, não o temos para dar. Como romper isso? Como superar a falta de afeto e ter que inventá-lo para, assim, dar amor a uma mãe demenciada e para um filho recém nascido?
Eis o conflito de Antara que pouco recebe de sua mãe e se vê sem alternativas a não ser cuidar da mãe com quem tem pouca intimidade.
Sozinha, mergulhada em seus sentimentos, recorda sua vida tentando elaborar o que vem atuando da pior forma possível, sendo exatamente igual ao que mais abomina, o modo de ser de sua mãe.
Sentimentos contraditórios, dúvidas e dor, são sentimentos experimentados por Antara, a menininha que um dia foi e só desejava ser amada. A mulher que hoje é com o desejo de querer saber amar.
Ótimo livro.