20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra no Brasil. Apesar de ser um feriado antigo, o nome não faz jus à realidade que pretos e pretas enfrentam hoje no país: o racismo ainda é uma das principais causas das mazelas sociais no mundo.
Para elucidar o tema, a Revista TUDO reúne aqui aspas de duas protagonistas na luta antirracista do Brasil: IZA e Taís Araújo, grandes representantes da mulher negra, e que já foram nossas – belas – capas em diferentes edições. Confira o papo com cada uma delas abaixo!
IZA
Você é uma mulher empoderada e inspira muitos brasileiros na luta racial e social. Qual a importância do debate de questões tão importantes e necessárias?
“A importância é grande! Fico feliz em saber que a minha vivência e o meu ponto de vista é uma questão atual, que precisa ser falada, que também está na cabeça das pessoas”, conta a cantora.
Entre suas referências ela cita Donna Summer, Beyoncé, Rihanna, Elza Soares, Alcione, Nina Simone – artistas pretas. “Todas me inspiram pela força e pelo papel que exercem na música”, comenta ela.
“Eu era a única negra da escola e só percebi como isso afetava outras pessoas com o tempo. No Rio, eu já havia sido a única da turma. Era a diferente”, afirma IZA.
“Tenho a chance de ser referência para muitas meninas negras como eu, posso oferecer representatividade e dizer a elas que podem ser quem quiserem”, frisa a cantora, que é definitivamente uma das maiores referências do país.
Taís Araújo
“Se dizer antirracista é muito importante. Mas ser antirracista é verbo, é ação e pra isso é preciso trabalho. Está afim? Leia tudo que já foi dito por nós e bem-vindo”, convida Taís Araújo a leitores de todas as raças e etnias.
Ela, que sofreu na pele o racismo da teledramaturgia brasileira durante anos de sua carreira, hoje colhe os frutos da perseverança e do sucesso.
“O cinema nacional retrata pouco a mulher, e a mulher negra, menos ainda. Tenho tanta coisa para fazer ainda, não só personagens históricos. Eles são sempre bem-vindos porque quando olhamos para a nossa história nos fortalecemos. Porém, personagens contemporâneos estão aí para contar as narrativas”, comenta ela, que agora escolhe a dedo as personagens que interpreta.
Em suas redes sociais, durante um desabafo, a atriz comentou:
“São gerações após gerações. Filhas após mães. Filhos após pais. Sofrimentos após sofrimento. Perdas após perdas. Martin Luther King já falou, Nina Simone já falou. Lélia Gonzalez… Sueli Carneiro e Cida Bento falam até hoje. E as notícias são essas que a gente vem acompanhando. Então, se você se diz antirracista é importante que você saiba que você vai ter que ser firme, vai ter coragem e que você vai ter muito trabalho pela frente. Seja bem-vindo”.