O governo de São Paulo, por meio do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI-SP), tem apostado na ampliação da infraestrutura cicloviária em rodovias estaduais, como parte dos editais de concessão das rotas Nova Raposo e Rota Sorocabana. Com o objetivo de promover maior segurança e incentivar o uso da bicicleta, esses editais preveem a implantação e revitalização de mais de 46 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas, com investimentos que ultrapassam os R$ 25 milhões.
Especificamente, serão construídos 21,47 quilômetros de ciclofaixas e 14,1 quilômetros de ciclovias, além da melhoria de 10,85 quilômetros de vias já existentes. Essas ações visam garantir a circulação segura dos ciclistas, especialmente em regiões com maior fluxo de usuários. O contrato prevê que as futuras concessionárias realizem levantamentos periódicos para avaliar as condições das vias e planejar eventuais ampliações, com o intuito de adaptar a infraestrutura cicloviária às necessidades regionais.
Na Rota Sorocabana, a construção de novas ciclovias será focada em áreas urbanas de Sorocaba, como na Rodovia Raposo Tavares (SP-270), e na revitalização de 10 quilômetros da Rodovia João Leme dos Santos (SP-264). Já na rota Nova Raposo, a principal intervenção será a instalação de uma ciclofaixa no trecho entre São Paulo e Cotia, nas marginais da SP-270, do quilômetro 10,94 ao 32,41.
Essas melhorias não são estáticas; ao longo dos 30 anos de concessão, as empresas deverão monitorar continuamente as necessidades de novas ciclovias, o que pode levar à construção de mais vias, dependendo da evolução da demanda e das condições técnicas de cada região. O estudo que embasou essas iniciativas foi realizado com base na metodologia iRAP (International Road Assessment Programme), um programa internacional de segurança viária que identifica as medidas necessárias para aumentar a segurança nas rodovias, tanto para veículos quanto para ciclistas e pedestres.
Para usuários como o vigia Rômulo Henrique Pessoa Alves, de Sorocaba, que utiliza a bicicleta diariamente tanto para o trabalho quanto para lazer, essas melhorias são vistas como fundamentais. Ele percorre 20 quilômetros por dia entre sua casa e o trabalho, além de outros 70 quilômetros nos finais de semana para treinos e recreação. Rômulo destaca a praticidade da bicicleta e reforça que o aumento da infraestrutura cicloviária traz mais segurança, estimulando outras pessoas a adotarem o hábito de pedalar. Segundo ele, vias exclusivas para ciclistas incentivam uma maior adesão, ao diminuir o medo de acidentes.
As ciclovias, que são separadas dos pedestres e veículos, e as ciclofaixas, que ocupam parte das vias usadas pelos carros, são essenciais para garantir a segurança dos ciclistas. De acordo com o Decreto nº 63.881/2018, que regulamenta o Plano Cicloviário do Estado de São Paulo, a implementação dessas estruturas em rodovias estaduais pavimentadas visa reduzir os riscos para os usuários.
Além do impacto na segurança, projetos como o PPI-SP também incentivam a sustentabilidade e a mobilidade urbana. Para Rômulo, iniciativas que priorizam a bicicleta como meio de transporte contribuem não apenas para a segurança, mas também para a adoção de um estilo de vida mais saudável e consciente. Ele destaca que, ao pedalar, as pessoas podem ter uma percepção diferente da vida, prestando mais atenção aos detalhes ao seu redor.
O Programa de Parcerias de Investimentos de São Paulo (PPI-SP) é uma estratégia do governo estadual para promover o desenvolvimento socioeconômico, tecnológico e ambiental, por meio de parcerias com a iniciativa privada. Com um foco que abrange setores como rodovias, mobilidade, e energia, o programa busca atrair investimentos e fomentar a geração de empregos, sempre visando melhorias para a população e o crescimento econômico da região. Até o momento, o PPI-SP já qualificou 24 projetos, com uma carteira de investimentos que ultrapassa R$ 470 bilhões, consolidando-se como o maior programa de investimentos privados da história do estado.