Algumas pessoas pensam que streetwear é apenas sinônimo de roupa casual e confortável. Mas não é bem assim, não! Streetwear é muito mais que moda, é um movimento ligado a diferentes culturas e grupos que, tempos atrás, costumavam estar à margem da sociedade.
Hippies, artistas, grunges, aventureiros, skatistas, todo e qualquer agente periférico que transgredisse o lugar comum do vestir-se entrava no seleto mundo streetwear.
Suas roupas, durante muito tempo, não eram vistas e valorizadas pelo mundo da moda. Moletom era coisa de gente que não sabia se vestir. Tênis, então, jamais pisariam em uma fashion runway.
Foi a ascensão do movimento hip-hop, em Nova York, e o crescimento do surf na Califórnia, no início dos anos 90, que fez a streetwear ganhar força impulsionada pelas tendências mais variadas da década anterior, como o pop, o rock e o punk.
O ato de se vestir passou a representar um posicionamento político e social mesmo que, muitas vezes, algumas pessoas nem tivessem consciência disso. A representatividade, por si só, se tornou uma expressão de força e pertencimento social. A roupa, além de vestir, passou a servir de instrumento, atitude e discurso às camadas mais marginalizadas da sociedade.
Em eterna construção, a cultura urbana apresenta suas narrativas – das ruas ao mundo digital – inspirando cada vez mais jovens em busca da reafirmação de suas próprias personalidades. Na moda, isso não seria diferente.
Por isso, é impossível falar de streetwear sem falar em autenticidade. E, graças às redes sociais, diversas expressões culturais periféricas têm ganho a merecida visibilidade que há muito esperavam.
Tal autenticidade associada ao pertencimento e a visibilidade levaram a streetwear para as passarelas das marcas de luxo mais importantes do universo fashion que viram, nessa tendência, um movimento de força a ser incorporado pelas novas gerações, ávidas pela liberdade e despojamento ao se vestir.
Mas, afinal de contas, é preciso pertencer a algum grupo para ser um verdadeiro streetwear, people? É claro que não! Moda não tem dono e as tendências são construídas peça a peça, como um grande quebra-cabeças sendo montado pelas ruas da cidade, seja ela física ou virtual.
Cada item que você veste pode dar início a uma metamorfose social, mais ou menos como o efeito borboleta. Por isso, ouse! Aproprie-se do seu bom gosto, refine o seu feeling, valorize o seu sexto sentido. Reúna aquelas peças de roupas que muitas vezes estão perdidas, escondidas em um canto qualquer nas gavetas de uma cômoda e dê a elas uma nova oportunidade. Compre algo novo, recicle o que já tem e monte um look único, exclusivo. Remonte, refaça, reuse. A moda streetwear abre, pra você, todas estas possibilidades. Mas, principalmente, a possibilidade de ser você mesma.