Em quase todos os artigos que escrevo sobre moda e comportamento, cito que o que vale em uma roupa é o quanto ela nos deixa confortável e elegante. Entretanto, nos últimos dias, um vídeo que viralizou nas redes sociais me fez parar para refletir qual o motivo que faz pessoas pensarem de forma diferente.
Você que se interessa por moda já deve ter visto o vídeo (Quanto custa o Outfit?), onde alguns jovens contam quanto custou cada uma das peças que compõem o seu look. Frequentadores assíduos de eventos organizados exclusivamente para a revenda e troca de artigos streetwear de luxo, estes garotos e garotas sabem exatamente o valor de alguns modelos caríssimos e difíceis de conseguir de marcas como a Adidas, por exemplo. Esses jovens fazem parte de uma legião de fãs que acredita que estas peças realmente valem o quanto custam.
Chamado de Outfit – a roupa do momento – este movimento implica em peças de roupas que alguém combina quando se veste para diferentes ocasiões e pode, dependendo da situação, ser usado para expressar e ostentar o valor do look. Orgulhosos por estarem vestindo peças caras de marcas famosas, esta ostentação é completamente diferente da que estamos acostumados a ver por aí. Será que o luxo ganhou outra cara?
Hoje, o que realmente agrega algum status para esta tribo não são as peças de alta-costura. Basta um simples cinto colorido ser da marca do momento e uma camiseta básica estampar em letras garrafais o logotipo de uma grife internacional para colocar quem está vestindo essas peças na cabeceira das fashion catwalks.
Podemos até achar que tudo isso não faz sentido algum, mas não dá para negar que há quem compre. Justamente por isso, designers de grandes marcas estão inserindo a estética da rua no universo do luxo tradicional. Um simples moletom, quando assinado por uma grife da moda, vale ouro. Num piscar de olhos a roupa de quem não tem dinheiro virou a roupa de quem tem muito, e ficamos sem saber de mais nada. A verdade é que a moda está passando por uma transformação radical e, se quisermos entender o que está acontecendo, é importante estarmos bem atentos ao que acontece ao longo de nossa história.
As mudanças econômicas e uma nova geração de consumidores ajudam a entender esta onda de exibir roupas caríssimas. Mas, para compreender de fato toda esta lógica do consumo, precisamos voltar à Revolução Industrial no século XIX. Naquele tempo, sem as descobertas científicas e tecnológicas que expandiram a industrialização, era muito demorado produzir qualquer coisa. À medida que as técnicas foram avançando, a reprodução de mercadorias começou a crescer. Mas foi após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, que surgiu nos Estados Unidos o conceito do american way of life. Enquanto a Europa e parte da Ásia dedicavam-se a sua reconstrução, os norte-americanos se tornavam os grandes consumidores mundiais.
Já no Brasil, o boom do consumo aconteceu nos primeiros anos do século XXI, muito por causa da implantação de políticas sociais e da redistribuição de renda. A classe C ascendeu socialmente, os “rolezinhos” começaram a pipocar nos shoppings da moda e a explosão de artistas de funk ostentando suas conquistas materiais em seus videoclipes chegou ao ápice.
No entanto, a instabilidade política e econômica no Brasil gerada no finalzinho de 2014, nos trouxe de volta à dura realidade. O abismo entre ricos e pobres ficou mais evidente. Alheios a todas as dificuldades e atentos à globalização e a expansão das ferramentas de comunicação que potencializaram a capacidade de espalhar as tendências, alguns jovens começaram a utilizar o modo de vestir como instrumento de diferenciação social. É a moda despertando a vontade de vestir um produto para ser reconhecido como uma pessoa bem informada, com dinheiro para comprar roupas de grifes famosas.
Felizmente, somos muito mais do que vestimos. Assim como um rótulo não define o sabor do produto, a moda não deve ser usada para determinar qualquer padrão socioeconômico. Ela é e será sempre maior que qualquer onda ou movimento contemporâneo.
Celso Finkler é publicitário e pós-graduado em psicobiofísica.
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