Entre maternidade, quarentena, mundo virtual, trabalho e hidroxicloriquina, medicamento do qual faz uso, Astrid Fontenelle, 59, abriu a sua vida para compartilhar os desafios e prazeres de ser a mãe do Gabriel, 11, principalmente neste difícil momento em que estamos atravessando.
A ex-musa da MTV, que pilota com familiaridade, atualmente, atrações como o Saia Justa e o Chegadas e Partidas, ambas do canal GNT, está preparada para o que der e vier e vem enfrentando com muita serenidade essa etapa histórica da existência humana.
Nascida no bairro carioca do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, Astrid é feminista, ariana raiz e conta que o isolamento social tem sido punk, apesar dos novos hábitos dos brasileiros, para ela, não teve nada de novo. O Lúpus, doença inflamatória autoimune sem causa conhecida, descoberto por ela em 2012, está inativo e foi o que fez a apresentadora tomar uma série de precauções no dia a dia para evitar contaminações, além de ter ressignificado a vida para, de fato, espantar a morte.
Não aguentou a emoção quando viu o marido Fausto Franco indo embora para a Bahia, onde trabalha e precisa estar neste momento de pandemia.
Não aguenta a emoção quando o assunto é o filho que foi gerado para ela por meio da adoção.
A família tem um papel crucial na vida da nossa entrevistada e a gente convida você para conhecer a história linda que ela tem para contar.
Bom, para começar, fale como tem sido esse período para você e para a sua família. Por causa do Lúpus você faz parte do grupo de risco e o cuidado deve ter sido redobrado.
Hoje completo 40 dias de quarentena (entrevista dia 21/04). Eu comecei uma semana antes, voluntariamente. Eu sabia que ia ser algo muito severo e que essa seria a única forma da gente se proteger e proteger a população. Nestes 40 dias saí somente quatro vezes: duas para ir ao estúdio do Saia Justa e duas para ir ao supermercado.
Estou passando essa quarentena com muita paz no coração e muita tranquilidade. Nada de histeria ou desilusão. Eu só preciso de forças para continuar tocando a minha vida e a do Gabriel. A minha cabeça está boa e a dele também, mas tem muita gente precisando da nossa ajuda. Estou envolvida em vários projetos de solidariedade. Contribuo com dinheiro, com comida, mas contribuo com chamamento.
Vamos combinar que 2020 é um ano que não existiu; vai entrar para os livros de história. Tenho certeza de uma coisa: o mundo jamais será o mesmo.
E o Gabriel? Como foi o isolamento social para ele?
Eu dei muita sorte de estar, neste momento, com o Gabriel, que é um menino extremamente colaborativo. Ele foi criado para se virar sozinho, então, me ajuda demais. Sem ele eu não saberia como cuidar desta casa. Ele passa aspirador, lava louça e arruma a cama. Tem dias que ele pega pesado na faxina. Já aprendeu a lavar o banheiro e está aprendendo a se virar na cozinha; já prepara o café da manhã, faz sucos ou uma massa simples. Ele dá muitas boas ideias também.
Você cozinha? Como foram os cuidados com a casa neste momento?
O grande trunfo é que eu amo cuidar da casa e cozinhar, então, delivery é só aos finais de semana, como acontece na nossa vida normalmente. Devo isso à educação que tive. Quando eu tinha a idade do Gabriel minha mãe já me ensinava a fazer o básico, a cozinhar um arroz e um feijão. Eu sou bastante organizada, então, a gente almoça e já arrumamos a cozinha, com direito a passar pano no chão; isso é muito exaustivo, mas eu gosto. Descobri na quarentena que minhas panelas são muito pesadas para o dia a dia. Já troquei.
O Lúpus está controlado?! O que mudou na rotina e nos hábitos?
Eu tenho Lúpus, mas ele está inativo. Eu dei essa sorte.
Quanto aos hábitos, na minha casa nunca se entrou de sapato. Eles ficam na porta e são limpos com uma mistura de água com água sanitária. Eu sempre tive esses cuidados para evitar infecções. Por causa do Lúpus eu tive dois dias de muita tristeza aqui. Um deles foi quando fui levar meu marido ao aeroporto – coisa que eu nunca fazia – e me despedir dele. Ele é Secretário de Turismo do Estado da Bahia e tinha que ir e ficar. Nada de ponte aérea. Quando o vi descendo do carro, chorei. O outro foi quando a Meire, que trabalha aqui em casa há 17 anos, foi embora sem se despedir. Ela deixou a casa toda organizada para que eu pudesse tocar tudo sozinha com o Gabriel neste momento. Ela não aguentou se despedir!
Foi pesado!
Você mudou sua vida por causa da doença e porque não queria morrer e deixar seu filho.
O Lúpus foi um alerta do Universo. Não temos a causa da doença, por isso não temos a cura. Quando eu saquei a gravidade do troço e estava há um dia de entrar para a hemodiálise, tive um papo sério com Nossa Senhora. Eu disse: “olha, o Gabriel nasceu pra mim através da adoção e ele não pode ter essa perda”. Por ele eu acreditei demais. Tive muita disciplina – e tenho até hoje – para me safar das piores coisas que o Lúpus pode causar como consequência. Então, sou muito regrada com os remédios; inclusive um dos medicamentos que uso ficou famoso agora, a hidroxicloroquina.
Um cuidado que eu tenho é não usar maquiagem ou pincéis de outras pessoas.
Eu não posso tomar Sol. Amo a praia, amo o Sol, mas tenho que ir à praia com muito protetor solar e blusa de manga comprida.
Você resolveu ser mãe solo há 11 anos. Deu entrada sozinha na papelada de adoção do Gabriel, que chegou aos seus braços com 40 dias! Na situação atual do mundo, repetiria essa atitude?
Eu digo que abriu-se um portal, a gente entrou num Universo paralelo inimaginável. Agora, olhando e pensando, eu lamentei muito não ter feito um sistema de apadrinhamento que é quando você acolhe crianças em abrigo enquanto elas não vão para a adoção. Você fica responsável em datas importantes como aniversário, datas comemorativas e finais de semana. Uma das coisas que a Justiça liberou foi que esses menores pudessem ficar nas casas de seus padrinhos durante a pandemia e eu poderia estar ajudando. Talvez eu repetiria sim a adoção e teria mais uma criança.
Dê a sua opinião sobre a questão da adoção no Brasil. O que você desburocratizaria?
Algo que a gente não pode suportar neste “novo mundo” ou neste “novo normal” que a gente vai viver é ter esta fila grande da adoção. Tanta gente querendo, mas tanta criança ainda não disponível. A destituição da criança é uma questão que precisa ser discutida e acelerada.
Você é filha de uma feminista. Comente sobre as conquistas e os retrocessos das mulheres.
Toda mulher é feminista. Se você acha que mulher deve ganhar a mesma coisa que homem, que homem deve dividir as tarefas domésticas e os cuidados com os filhos, então, você é feminista. A gente vinha num momento bom e forte do movimento, de união das mulheres, até que veio essa pandemia e algumas feministas acham que a gente vai dar alguns passos para trás. Eu quero crer que não e outras mulheres acreditam que não. Temos muitas mulheres na linha de frente do momento atual. E quando pudermos saber quem são essas mulheres vamos perceber a importância delas e o quanto é fundamental a igualdade salarial.
Há mais de 30 anos você protagonizou a primeira transmissão da MTV brasileira. Depois teve Globo, Manchete, Band e GNT. Quais as principais diferenças entre fazer TV há 30 anos e agora?
A gente fazia televisão tecnicamente na raça. Hoje, a gente tem uma ajuda tecnológica inestimável. Provavelmente passaremos por grandes mudanças neste processo. Descobrimos a possibilidade de fazer reuniões remotas e vamos descobrir a possibilidade de fazer televisão mais barata. Aliás, a gente vai descobrir que é possível fazer tudo mais barato.
Você costuma dividir e mostrar esses momentos antigos da sua carreira para o seu filho?
Eu mostro tudo que posso ao meu filho. Minha história está sendo contada ao Gabriel pela minha voz; ele não precisa buscar nada na internet. O meu último dia da MTV eu levei ele comigo para conhecer, ver os estúdios. Lá, eu e mais um técnico contamos a história da MTV para ele.
Ele vai comigo ao Saia Justa, vai comigo ao Aeroporto nas gravações, quando tem gravação em casa ele ajuda, dá palpites. Parece que vai ser um “cara” de produção mesmo, que fica por trás das câmeras.
Eu amo essas voltas ao passado. Meus TBTs no Instagram têm muito disso.
Você compartilha muitos momentos legais nas suas redes sociais. Viagens, passeios, gostos musicais. Você é super conectada? Que tipo de conteúdo vocês consomem (você, o Gabriel e o maridão)?
Sou bem conectada e adoro uma novidade. A gente ouve muita música. Acho que é o que mais gostamos. Temos gostos diferentes em alguns momentos. O Gabriel é mais pop, eu sou mais R&B e MPB e o Fausto é total MPB.
Já que estamos falando sobre maternidade, fale um pouco da sua relação com a sua mãe e do que ela deixou de ensinamento pra você.
Minha mãe deixou um ensinamento de amor ao próximo, de ser uma pessoa que exercita a compaixão e ter muita fé! Algo que me marcou muito foi quando eu repeti a sexta série e ela disse: eu prefiro ter uma filha burra do que mentirosa. Eu havia repetido por falta. Eu morava no Rio e ela em SP e eu não soube aproveitar a liberdade que tive. Então, ninguém vai me ver mentindo por nada; aliás, eu não sei mentir.
Em 2021 chegam os 60 anos. O que teremos da Astrid entre este ano e o próximo?! Vamos continuar te vendo no Saia Justa e no Chegadas e Partidas?
Eu comemorei na quarentena e foi um dos melhores aniversários da minha vida. Conversei com muita gente pelo telefone e tive tempo de curtir de verdade este dia. Se não teve a festa física, com bolo e gentarada dentro de casa, teve uma festa no coração. Fiquei até de madrugada respondendo mensagens dos amigos.
Sim! Continuo no Saia Justa, mas não sei como será o Chegadas e Partidas já que é um programa no Aeroporto, com muitos beijos, abraços e um tal de enxugar lágrimas. É um programa com muito tato e não sei qual será o futuro dele.
Ser mãe do Gabriel é…
Ser mãe do Gabriel foi a melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida. Ele me deixou mais educada, mais amorosa; ele me trouxe a paz. Me sinto até mais inteligente com ele.
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