Nunca se falou tanto em saúde mental como nos últimos anos. E o tema deve continuar ganhando ainda mais visibilidade. Um dos transtornos psíquicos que tem recebido destaque nas reuniões de empresas e escolas é a Síndrome de Burnout, que tem suas raízes justamente na relação do indivíduo com seu ambiente de trabalho.
Justamente por detectar um alto número de pessoas sofrendo com a doença, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu uma nova classificação para a Burnout. A CID 11, que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2022, reconhecendo a doença como um fenômeno ocupacional, ligado ao trabalho, aumentando a responsabilidade direta e indireta das empresas com relação à saúde de seus colaboradores.
As doenças ligadas ao comportamento rotineiro do ser humano vêm sido reconhecidas a cada dia e isso é uma vitória. Durante a pandemia, 78% dos profissionais de Saúde Mental foram acometidos pela Síndrome de Burnout.
“Isso aconteceu por motivos óbvios e procedentes da pandemia: excesso de trabalho (sem limites, trabalhando muitas horas por dia); como é uma doença nova, são fatos desconhecidos, sintomas desconhecidos… então, é uma corrida contra a morte em favor da vida”, explicou a psicóloga Patrícia Morello que vem atendendo cada vez mais pessoas que sofrem com o transtorno. “Percebi no meu consultório um aumento enorme de pessoas demasiadamente cansadas e irritadas. A pessoa está doente e coloca a culpa do que ela está passando em outras situações como no casamento, por exemplo”, afirma.
“A Síndrome de Burnout é uma falta de limite entre a vida profissional e do descanso necessário para o corpo, para a cabeça, para que nós, quanto indivíduo, possamos prosseguir com uma saúde mental equilibrada” Psicóloga Clínica Patrícia Morello.
Síndrome de Burnout
É um transtorno psíquico com contexto exclusivamente laboral, ou seja, a causa do estresse é a relação com o trabalho. Os sintomas passam a interferir em todas as áreas da nossa vida. É como uma sensação de cansaço extremo, falta de energia e motivação para realizar tarefas diárias. Os sintomas se confundem com doenças como ansiedade e depressão.
Causas do Burnout
- Não respeitar horários de entrada e saída do trabalho;
- Isolamento e falta de integração entre os membros da equipe;
- Prazos de entrega que não são factíveis;
- Chefes abusivos;
- Aumento da carga de trabalho sem recompensas claras;
- Insegurança quanto a estabilidade no emprego;
- Falta de clareza sobre os objetivos da equipe e empresa.
Sintomas
- Dores de cabeça e musculares
- Cansaço excessivo
- Insônia
- Dificuldade para se concentrar
- Negatividade constante
- Irritação
- Problemas gastrointestinais
- Pressão alta.
O Ciclo do Burnout
Hiperprodutividade – Agressividade – Exaustão
O diagnóstico da Síndrome de Burnout é feito após análise clínica do paciente. Os profissionais mais indicados são psiquiatras e psicólogos, que conforme cada caso, orientam o melhor tratamento.
Famosos que tiveram Síndrome de Burnout
“Tive uma síndrome de Burnout e isso levou a uma depressão com síndrome do pânico. Gravar novela é uma coisa que eu faria 300 mil vezes, continuaria fazendo. Mas os shows aos fins de semana pesam muito, então comecei a sentir essas coisas (Burnout e síndrome do pânico)” – Lucas Lucco – cantor
“Eu tomava remédios para dormir e acordar. Usei anfetaminas, floral, indutor de sono. Tudo” – Izabella Camargo – jornalista
Em 2011, no documentário ‘Road To Talk That Talk’, a cantora Rihanna admitiu ter tido um colapso, quando terminou o álbum ‘Talk Talk Talk’. Ela revelou que chorou compulsivamente por 10 minutos e que não conseguia nem dormir no hospital quando foi internada por exaustão porque sua rotina tinha sido muito frenética.
Em 2019, diagnosticada com síndrome de Burnout, a cantora Anitta se afastou das redes sociais. Seguida, só no Instagram, por mais de 40 milhões de pessoas, a artista pediu um tempo para cuidar da saúde e recebeu apoio dos fãs.
Dicas da psicóloga Patrícia Morello:
- Pratique atividade física;
- Tenha uma boa alimentação;
- Tente não se isolar e busque pessoas que te agradem e respeitem seu momento;
- Não abra mão do convívio familiar desde que ele seja nutritivo e saudável.
Colaborou com essa matéria a psicóloga Clínica Patrícia Morello que atende na Clínica Doutores da Granja
Tels.: 4777-9333 / 4702-0626
@doutoresdagranja_