Por Ana Luiza Castro
Fotos: arquivo pessoal
Existe um ditado que diz que Deus dá o frio conforme o cobertor… mas, às vezes, algumas pessoas vão além.
A Cris certamente foi uma delas; por diversas vezes a vi colocando sua própria dor no bolso e, através de um sorriso acolhedor, escutar com carinho as histórias das demais.
Sua história na equipe começou em 2015, quando soube que uma de suas três filhas era uma criança autista; em meio a medos, incertezas e até questionamentos, descobriu através da corrida um misto de paz e suporte; um lugar para extravasar e, principalmente, reconhecer suas forças.
Entendendo todo o processo de ter uma criança especial e com o total apoio do marido, deixou sua carreira promissora na área de tecnologia e se dedicou integralmente aos cuidados da Mila e de suas meninas; e, de forma rápida – e sábia ao meu ver – conseguiu olhar e cuidar de si também, sem culpas ou receios; algo que frequentemente escuto no universo feminino.
Lembro de longas, boas e emotivas conversas com ela, mas jamais esquecerei quando disse que cuidar da Mila era se curar todos os dias.
Que nossos cobertores não sejam somente quentes, mas sejam do tamanho certo para aquecer também quem nos cerca; e, principalmente, que as dificuldades sejam a cura de nossas próprias almas.