“Não tenho vergonha de ser meme, de falar errado, não tenho vergonha de ser quem eu sou”. Ana Maria Braga conta o segredo da receita para estar 25 anos no ar.

O galo ainda nem cantou e Ana Maria Braga, 69, já está de pé. A apresentadora faz questão de acordar todos os dias às 4h30 da manhã para participar de cada detalhe da pré-produção do seu programa, que está no ar há duas décadas.
E o que era apenas para ser um bico (ela trabalhava na TV Tupi para arcar com os custos da faculdade) se transformaram em 25 anos de profissão. Bico porque Ana Maria Braga é bióloga formada pela Universidade Paulista de São José do Rio Preto. E a reviravolta não aconteceu somente na vida profissional. Quem diria que a menina que cresceu na fazenda sem televisão se tornaria uma aficionada por jogos eletrônicos, séries e filmes. Ana evoluiu junto com o tempo, com as coisas e com as pessoas.
Em 1997, a loira (palmeirense roxa) bateu o recorde por ser o rosto que mais apareceu na televisão brasileira naquele ano. Ela ficava, por semana, mais de 25 horas no ar. Ana Maria afirma que o resultado de tanto sucesso é o amor e a verdade com o que faz o seu programa. “Nós estamos mudando e vai continuar assim; o mundo e a comunicação também, e quem não prestar atenção, e se você não souber o que os jovens estão falando, cada expressão que eles usam, não terá condições de ter um portal como eu tenho.”, conta ela, que começou sua carreira na TV Tupi, mas se consagrou aos 40 anos de idade no Programa Note&Anote, da TV Record.
Participou de novelas globais e seriados; em quase todos, fez o papel dela mesma.
Foi em 2001 que os brasileiros se emocionaram junto com ela ao anunciar, durante um programa, que sofria de um câncer no intestino. Ficou afastada em tratamento por quatro meses; após este período, os telespectadores e fãs comemoraram com ela o seu retorno e, depois, sua cura.
Nascida em São Joaquim da Barra, apaixonada pela vida e pelos bichos – “quem não gosta de animais não pode ser boa gente” – mãe e vó coruja e dona de uma fé inabalável, conheça nas próximas páginas a história de um ser humano louvável, que coloca a gente pra cima todas as manhãs e ensina que a vida está aí para ser vivida.
Acooooooooorda menina!

Quando você pensa em culinária, qual o primeiro sentimento que lhe vem à cabeça?
Nós nunca tivemos empregadas; éramos muito simples e o cheiro da comida da minha mãe era sempre muito bom, mas ela não cozinhava tão bem; o cheiro era muito bom, mas o sabor… (risos). Ela não saía do trivial e, por isso, eu sempre tive curiosidade de conhecer outras comidas. Eu tinha esse olhar do interior, por isso, comia muito bem na casa dos vizinhos. Fui crescendo e descobrindo receitas que as minhas vizinhas fazendeiras, amigas da minha mãe, faziam. Eu também tinha uma tia que se casou com um russo, então, eu sempre tive curiosidade de aprender uma culinária russa. A minha tia realmente me ensinou muito. Fui ficando cada vez mais interessada e, quando eu saí de casa com os meus 18 anos de idade, automaticamente, tinha que me virar, como todo mundo. Daí surgiu a memória de sabores. Fiquei com essa memória de interior, de comer bem, e acabei caindo nesse caminho para o resto da vida. Eu morava em pensionato e ninguém sabia cozinhar, quem ia pra cozinha? Eu. Na época, quando me mudei para São Paulo pra estudar, comprei uma barraca linda pra acampar, quem cozinhava? Eu. Acabei assumindo essa posição e, a partir daí, fui aprendendo e me adaptando. Eu fico muito, muito feliz mesmo, porque gosto de chegar em casa e cozinhar. Sempre tenho duas cozinhas nos meus lugares. Mesmo no meu apartamento, tenho um cantinho onde eu possa preparar uma massa, fazer pão, sentir esse cheiro da comida. Cozinhar é um ato de amor, de doação, que nós fazemos para o outro. E não precisa saber cozinhar, mas gostar de agradar ao outro. É isso que nós propomos no “Mais Você”.

São muitos anos de televisão e você foi uma das primeiras mulheres a falar sobre culinária. O que, de fato, a motivou ou a inspirou cozinhar?

Eu gosto de cozinhar, por mais incrível que pareça. Eu tinha um espaço na Record, que pra mim já era um desafio, para fazer uma culinária diferente da quadradona que existia, que era o que a Ofélia (Cozinha Maravilhosa da Ofélia, 1968-1998) fazia que era só naquele formato. Eu achei que poderia tratar de uma maneira mais leve, de um jeito diferente, sem aquelas cozinhas tradicionais. Acreditei que poderia dar certo. Foi assim que tudo começou.

Só no programa “Mais Você” está prestes a completar 20 anos de estrada. Esperava que programa fosse dar tão certo?

Claro! Eu tinha certeza porque eu vinha de uma história de sucesso com a Record. Levantei a emissora em oito anos de trabalho. Eu ficava seis horas no ar, sabia exatamente tudo o que tinha aprendido. Eu sabia a mulher que eu era e tudo que a vida tinha me permitido aprender. Eu tinha certeza que ia dar certo na Rede Globo. Acordo todos os dias às 4h30 da manhã. Quando atravesso aquela porta (do estúdio), não importa o que esteja acontecendo comigo, na minha vida pessoal, eu acredito em Deus, faço a minha oração, tenho uma felicidade danada, porque tenho uma equipe que trabalha todas as manhãs com um bom humor incrível; todo mundo levanta muito cedo e poderia estar de mal humor. O meu diretor começa o dia cantando, batendo panelas, os câmeras também, todo mundo grita, assovia, então, eu tenho uma dose de energia muito grande aqui dentro todas as manhãs. E termino esquecendo os problemas e todas as preocupações. Nós temos certeza que temos um produto legal e vamos entrar e fazer a diferença na casa de alguém. Até que termine o programa, isso aqui pra mim é um santuário. Nós conseguimos fazer com a nossa verdade. É por isso que eu não tenho vergonha de ser meme, de falar errado, não tenho vergonha de ser quem eu sou. O Louro me ajuda muito, ele é um contraponto, então, às vezes, o que eu não posso falar, ele fala, ou o que eu esqueço, ele lembra. É uma parceria que já dura 25 anos.

Já que você comentou sobre a questão de ser tornar meme, então realmente não é algo que te incomoda, de fato?

Eu replico, é uma delícia! Se você não aprender a rir de si mesmo, não será feliz nunca na vida. Antigamente, muito antigamente mesmo, eu não vou citar nomes, mas bem lá trás quando não tinha internet e nem nada, quando tinha fofocas e tudo mais, eu era a rainha da fofoca. Foi no começo da minha carreira, e eu estava querendo me firmar, precisava trabalhar como todo mundo, mas me magoava às vezes. Fofocavam porque eu tinha escolhido um marido mais novo, ou porque eu optei a ir em tal lugar e as pessoas não achavam que eu deveria ir, ou não estava com a roupa certa, enfim, eu ainda me incomodava. O tempo foi passando e eu percebi que não mudava absolutamente nada no meu dia a dia, no dia dos meus amigos e nem das pessoas que gostavam de mim e nem das que sabiam quem eu era. O que eu não gosto é da maldade, da mentira. Pra isso, já não tem mais caminho.

Quando você fala em fazer um programa com verdade, em relação aos memes, você acredita que deixar acontecer naturalmente é uma forma de ganhar o telespectador?

Não é uma questão de errar, mas de ser verdadeira com o que você sente e acredita. Como eu faço parte da produção do programa, não acredito naquele apresentador que tenha um produto como esse – que é um privilégio ter um espaço de uma hora e meia dentro da emissora todos os dias – e você não prestar atenção naquilo que você está fazendo a cada minuto. Eu faço parte da equipe que aprova as matérias, que tem um direcionamento; aprendemos juntos ao longo desses 20 anos. Não é simplesmente chegar aqui todas as manhãs e ler um papel. Requer muito mais trabalho do que simplesmente apresentar um programa.

Em relação a chegada da internet, o programa precisou se readaptar para conseguir continuar com os telespectadores e ganhar novos. Como você se preocupou em relação ao conteúdo para que ele fosse mais dinâmico?

Nós estamos mudando e vai continuar assim; o mundo e a comunicação também, e quem não prestar atenção, porque a linguagem é outra, e se você não souber o que os jovens estão falando, cada expressão que eles usam, não terá condições de ter um portal como eu tenho. Eles assistem o “Mais Você” – temos uma gama de idade e sexo. O público masculino é nosso logo no começo do programa porque ele estava assistindo “Bom Dia Brasil”; conseguimos manter a audiência com esse telespectador, porque temos conteúdo de matérias que colocamos no primeiro bloco, com assuntos que dizem respeito à ele. Depois vamos fazendo uma passagem suave para a dona de casa, para as mulheres e para os jovens, porque se nós não fizermos matéria a respeito das novidades para a internet, se não tivermos um papo que possa ser inserido na vida desses jovens, ele não estará com a gente. O Louro me traz muito isso, o frescor da juventude dos 20 anos e, tudo isso junto, faz um bom casamento.

Não faz muito tempo você fez um post falando sobre a necessidade de dar uma pausa, mesmo amando o seu trabalho, porque gostaria de se dedicar a você e a sua família…

Eu estava de mau humor (risos). Estava trabalhando muito, e devo ter saído daqui e falado: “chega gente, tem que ter uma hora que eu preciso pensar em mim”. Mas é natural e esse é o grande segredo; não é todo dia que eu faço esse segredo acontecer. Existem dias que extrapolamos, esquecemos de nós, da família, e a minha fica toda em São Paulo; eu acho que estava meio nessa fase, que eu não conseguia ver as minhas filhas, os meus netos, não conseguia ir pra minha casa em São Paulo. Eu moro no Rio, mas a minha casa é em São Paulo. Provavelmente, por mais feliz que eu esteja, vou estar querendo escrever um texto como aquele. É uma questão de administrar e nem sempre consigo, porque você não pode mudar a vida das outras pessoas em função da sua, por mais amor que você tenha.

As pessoas estão acostumadas com a Ana Maria da televisão, mas quando elas te encontram na rua, qual é o sentimento que elas expressam?

É muito divertido. Uma das grandes felicidades que eu tenho no programa são os depoimentos que nós recebemos, de história de vida mesmo, a respeito de algo que tenha motivado ou ensinado. Com o “acorda menina”, que eu digo todos os dias, a pessoa passa a acreditar. São histórias de pessoas que lá atrás começou um negócio e hoje prosperou, conseguiu comprar uma casa, um carro, viajou pra Europa, realizou um sonho. Nós acreditamos que a cada dia conseguimos motivar alguém a dar um sorriso, a mudar o caminho na vida para melhor e acreditar nela mesma. É acreditar!

Apesar de gostar de cozinhar você também tem suas secretárias do lar. Diria que é exigente com elas quando o assunto é culinária?

Sou uma pessoa que nunca passou a mão em cima de nenhum móvel pra ver se tinha alguma poeira. Cada um sabe pra que está sendo pago. Eu tenho muita sorte porque gosto de cozinhar, inclusive, todas as minhas cozinheiras aprendem comigo; fritamos um bife, fazemos uma massa de macarrão, coxinha, vamos pra cozinha chinesa, e elas escolhem o caminho delas. Só fica quem quer aprender e elas são ótimas, aprendem! Eu adoro cozinhar para os meus netos, seja coxinha, seja batata frita; faço um ovinho que é um espetáculo; todo mundo chega lá em casa e diz: “vovó, quero ovinho”.
Sou muito coruja.

O que você normalmente faz nos tempos livres?

Eu adoro jogar vídeo game, tenho todos os equipamentos na minha casa, todos os gadgets de internet que existem eu tenho. Eu conheço um hacker que baixa tudo o que não consigo. É uma coisa que adoro, amo. Não gosto que ninguém mexa.

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